FC Porto alarga liderança com bênção de Militão e da barra

“Dragões” alcançaram o oitavo triunfo consecutivo na Liga. Éder Militão fez o golo decisivo, o seu primeiro no campeonato.

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LUSA/OCTÁVIO PASSOS

O FC Porto somou a 17.ª vitória consecutiva em noite de serviços mínimos, acabando o embate de Vila das Aves (0-1) com o coração nas mãos, a ver Nildo Petrolina fazer estremecer a barra da baliza de Casillas no último lance do encontro. Ainda assim, os “dragões” ficaram mais confortáveis na liderança do campeonato, à 15.ª jornada.

Apesar do susto, fruto de uma segunda parte macia, em que a equipa de Sérgio Conceição aliviou o garrote que havia usado para impedir que o Desp. Aves pudesse pôr em prática o estilo agressivo e de transição rápida que o caracteriza, o “dragão” cumpriu o objectivo principal.

Sem espírito festivo, como fez questão de sublinhar o técnico na antevisão da partida, o FC Porto surgiu nas Aves com cara de poucos amigos, obcecado em levar a cabo a tarefa de alargar a vantagem para o segundo classificado, que com o desaire do Benfica em Portimão e a vitória dos “leões” em Alvalade passou a ser o Sporting.

Também por isso, os “dragões” surgiram focados, impondo um ritmo alto, com 30 minutos de elevada intensidade, sitiando o Desp. Aves, numa demanda incessante do primeiro golo... Até para evitarem a sina de se verem na contingência de terem de recuperar mais uma vez de uma desvantagem, como começava a ser habitual desde o derby da Invicta, o último jogo em que os portistas não estiveram a perder.

Superado o recorde de vitórias consecutivas, Sérgio Conceição pedia agora o 17.º triunfo, até para não estragar a noite de Casillas, que chegou à centena de jogos na baliza do FC Porto.

O espanhol não teve, contudo — pelo menos até ao minuto 90+5’, em que a barra acabou por ser providencial —, grande protagonismo numa partida globalmente dominada pelos campeões nacionais, que apesar de tudo perderam o central Felipe (por atingir o quinto amarelo no campeonato) para a recepção ao Nacional e tiveram um golo anulado a Danilo Pereira (36’), quando a equipa já se encontrava em vantagem graças à estreia de Militão a facturar para a Liga, depois de ter assinado o primeiro golo de azul e branco na Liga dos Campeões.

Militão aproveitou uma falha de outro defesa-central para fazer o que Beunardeau negara a Soares num par de lances de golo iminente. O guarda-redes francês do Desp. Aves foi o garante do nulo até aos 25 minutos, com três intervenções decisivas no regresso ao “onze” titular após três meses de ausência, mas pouco mais podia fazer no lance decisivo. No final ainda surgiu na área de Casillas para criar superioridade numérica, mas acabou por desistir, com Nildo a cobrar o livre directo.

Mas antes, sem alterações significativas no seu perfil, com Marega e Soares a desgastarem a defesa contrária, enquanto Brahimi procurava os desequilíbrios com movimentos que convidavam Alex Telles a explorar a profundidade — uma constante, já que os “dragões” canalizaram todo o seu jogo pela esquerda —, o FC Porto acabou por cometer o pecado de permitir que o encontro caísse drasticamente de intensidade. Dessa forma, deixou o Desp. Aves organizar-se de modo a conseguir o equilíbrio necessário ainda a tempo de poder discutir o resultado.

Mesmo sem nunca ter criado um lance objectivo de golo, exceptuando a bola na barra de Nildo, a formação da casa deixou uma imagem diferente na segunda metade da partida, o que de pouco lhe valeu em matéria de classificação, já que aumentou a série de jogos sem vencer no campeonato, agora com quatro derrotas e um empate, o que deixa os avenses no limiar dos lugares de despromoção.

Apesar do contraste entre o primeiro e o 15.º classificados, as diferenças só se notaram na primeira metade, quando os portistas investiram verdadeiramente num jogo que deixaram cair para uma zona cinzenta, acabando a gerir o risco.

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