Obras na Ponte 25 de Abril vão condicionar o trânsito. Saiba em que datas

As obras arrancam esta quarta-feira. “É a maior intervenção que acontece na Ponte 25 de Abril nos últimos 20 anos.” Corte de três faixas vai acontecer durante dois fins-de-semana.

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Nuno Ferreira Santos

Arrancam esta quarta-feira as obras na Ponte 25 de Abril, que se vão prolongar por dois anos. Os maiores constrangimentos são o corte total de um dos sentidos da ponte em quatro fins-de-semana (dois em Maio, dois em Outubro) e o corte de uma ou duas faixas.

“É a maior intervenção que acontece na Ponte 25 de Abril nos últimos 20 anos”, desde que foi acrescentada a linha ferroviária entre 1996 e 1999, diz Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infra-estruturas. As obras na ponte que liga Lisboa e Almada têm a duração de quase dois anos e acarretam um custo de 12,6 milhões de euros.

Durante os 720 dias de obras, o corte total das três faixas vai acontecer nos dias 11 e 12 de Maio, no sentido Almada-Lisboa e nos dias 18 e 19 de Maio, no sentido Lisboa-Almada.

Em Outubro, no dia 12, o trânsito vai estar cortado no sentido Almada-Lisboa e no dia 13 vai estar cortado no sentido Lisboa-Almada.

No dia 19 de Outubro o corte total das faixas acontece no sentido Almada-Lisboa e no dia 20 no sentido Lisboa-Almada.

Nas vias encerradas ao tráfego, apenas os veículos de emergência serão autorizados a circular.

O director de comunicação da Infra-estruturas de Portugal, Miguel Gomes Pereira, disse ao PÚBLICO que os condicionamentos vão ocorrer no período nocturno de sexta-feira para sábado ou de sábado para domingo, em que existe menor circulação rodoviária. O corte total das vias num sentido não vai exceder um período de 8 horas. A circulação de comboios não será afectada durante estes fins-de-semana.

Cortes de uma ou duas vias ainda sem data

Para a “execução de alguns trabalhos previstos”, a Infra-estruturas de Portugal pode suprimir a circulação em uma ou duas vias, num determinado sentido.

O corte de uma via vai dar-se num período nocturno, de cinco a oito horas – entre as 23h e as 7h. Quando se tratar do corte de duas vias, este não poderá ultrapassar as quatro horas – entre as 2h e as 6h da manhã.

Uma vez que a Ponte 25 de Abril tem três vias em cada sentido, será garantido que uma ficará sempre aberta para circulação.

O director da comunicação da Infra-estruturas de Portugal explicou ao PÚBLICO que ainda não se sabe o número de noites em que uma ou duas das vias serão cortadas. Contudo, Miguel Gomes Pereira sublinha que, nestes casos, serão feitos avisos à população.

Pedro Marques critica partidos que “têm criado alarme social”

Na cerimónia da consignação da empreitada, que se realizou esta quarta-feira no Pilar 7 da Ponte 25 de Abril, o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, salientou a importância daquela que é “uma das mais impressionantes obras do mundo”. 

“A ponte faz parte das nossas relações afectivas. É uma ponte lindíssima, com o estuário como pano de fundo.” “Parece uma peça de joalharia que está no nosso rio”, acrescentou.

Ao longo do discurso, os elogios à Ponte 25 de Abril são substituídos por críticas tecidas aos partidos políticos que “têm criado alarme social num sentido oportunista”, que “agitam a [questão da] segurança junto da população” e que retratam qualquer episódio da ponte como uma “tragédia”.

Em Março, a revista Visão denunciou que a ponte estava em risco de colapso, sustentando a notícia no relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que denunciava riscos na ponte sobre o Tejo. Na altura, a Infra-estruturas de Portugal desmentiu a informação, garantido que não foi detectado risco de colapso.

Pouco depois da divulgação da notícia, o CDS-PP declarou que iria chamar com “carácter de urgência” ao Parlamento o ministro do Planeamento, Pedro Marques, e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

O Bloco de Esquerda anunciou na altura que também iria solicitar o envio do relatório que estava na origem da investigação. Já o PSD disse querer ouvir os responsáveis técnicos sobre os riscos de atravessar a Ponte 25 de Abril.

“Esta é a ponte mais fiscalizada e monitorizada de Portugal”

Esta quarta-feira, no dia de arranque das obras da Ponte 25 de Abril, Pedro Marques afirmou que é com “acção e não com denúncias” que se dá início a um projecto “extremamente complexo” que, garante, está a ser planeado há meses.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que esta quarta-feira é “um grande dia para a cidade de Lisboa”, uma vez que a ponte é “o maior canal de acesso à cidade” e tem “importância icónica” na paisagem.

O presidente da Câmara de Lisboa criticou ainda “a moda das obras iminentes”, sublinhando que avançar com obras na Ponte 25 de Abril é uma “decisão política que não se toma da noite para o dia”.

Nas palavras de Fernando Medina, a ponte ajuda a tornar Almada um espaço “vibrante e pujante”. A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, ainda que presente, não discursou.

O presidente da Infra-estruturas de Portugal, António Laranjo, afirmou, por seu turno, que esta é a “ponte mais fiscalizada e mais monitorizada de Portugal”.

As obras vão decorrer na ponte suspensa e no viaduto que permite o acesso ao norte. Num total de 12,6 milhões de euros, 9850 milhões vão ser gastos na intervenção da viga de rigidez da ponte. As obras vão incidir também no pilar 3, em passadiços transversais e na reabilitação do passadiço metálico no encontro sul da ponte. 

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