Marcelo aplaude "passos significativos" no processo das armas de Tancos

Presidente da República fez questão de comentar o anúncio de que foram detidas mais oito pessoas envolvidas no roubo das armas dos paióis de Tancos. E insiste na "importância do cabal apuramento de factos e responsabilidades".

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LUSA/MÁRIO CRUZ

Num dia com agenda pública apenas à noite, no concerto solidário das Forças Armadas que decorre na Casa da Música, no Porto, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de se congratular, por escrito, com o anúncio, pela Polícia Judiciária e pela Procuradoria-Geral da República, da detenção de oito homens suspeitos de terem ajudado o ex-fuzileiro João Paulino a furtar o material militar de Tancos há cerca de ano e meio, em Junho de 2017.

“O Presidente da República regista, com apreço, que, um ano e meio após o assalto a Tancos, passos significativos tenham sido hoje objecto de divulgação pública pela Procuradoria-Geral da República, no que respeita ao roubo das armas e outro equipamento militar”, lê-se na nota disponibilizada ao início da tarde no site da Presidência, poucas horas depois de ser conhecida a detenção dos oito homens.

O chefe de Estado insiste ainda na ideia de que pretende ver esclarecido o caso ao realçar a “importância do cabal apuramento de factos e responsabilidades, quer quanto ao desaparecimento, quer quanto ao reaparecimento do referido armamento”.

A curta nota de Marcelo vem na sequência das suas sucessivas intervenções em público cada vez que se conhece algum novo pormenor sobre o caso das armas. Há seis semanas, depois de a RTP ter avançado que a Casa Militar da Presidência da República tinha conhecimento do “encobrimento” do roubo e da devolução das armas roubadas há ano e meio dos paióis de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que estariam a tentar envolvê-lo no processo que o próprio já havia designado de uma “nebulosa”. Em declarações ao PÚBLICO haveria de replicar: “Se pensam que me calam, não me calam.”

“Estranho que quem me queira atribuir o que quer que seja o tenha feito sem me ouvir previamente. É o mínimo para qualquer cidadão”, acrescentou então o Presidente da República. E garantiu: “Nunca falei com o director da Polícia Judiciária Militar”.

No início de Novembro, uma reportagem do programa Sexta às Nove, da RTP, adiantou que o antigo director da Polícia Judiciária Militar “fez vários contactos com o ex-chefe da Casa Militar da Presidência [general João Cordeiro] antes e depois da recuperação das armas” e cita o próprio general, que terá confirmado os contactos, negando “ter percebido qualquer encobrimento”.

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