Irão confiante num acordo de paz para o Iémen

"O acordo mostra que os grupos iemenitas envolvidos nas conversações compreendem as condições deploráveis do povo inocente e oprimido", disse o Governo iraniano.

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A guerra no Iémen já fez dezenas de milhares de mortos Reuters/ABDULJABBAR ZEYAD

O Irão congratulou-se esta sexta-feira com os acordos iniciais alcançados nas conversações que estão a decorrer na Suécia sobre a guerra no Iémen. Segundo uma declaração lida na televisão estatal do país, estes avanços são mesmo um passo em direcção a um acordo de paz.

A guerra no Iémen é vista como uma guerra por procuração entre o Irão e o seu grande rival regional, a Arábia Saudita.

As conversações na Suécia, estimuladas pelas Nações Unidas, terminaram na quinta-feira com um acordo entre os huthis, apoiados pelo Irão, e o governo do Presidente do Iémen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, apoiado pela Arábia Saudita.

O acordo prevê um cessar-fogo nos combates na cidade portuária de Hodeidah, controlada pelos huthis, e uma retirada das tropas governamentais.

Este foi o primeiro passo importante nos esforços da ONU para acabar com uma guerra que dura há cinco anos e que já matou dezenas de milhares de pessoas e forçou mais de três milhões a deslocarem-se.

A próxima ronda de negociações está marcada para finais de Janeiro e espera-se que as partes estabeleçam um quadro para as negociações políticas.

"O Irão congratula-se com o acordo e espera que abra caminho à próxima ronda de diálogo, com vista à conclusão de um acordo final entre os grupos iemenitas", disse o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Qasemi.

"O acordo é significativo. Mostra que os grupos iemenitas envolvidos nas conversações compreendem as condições deploráveis do povo inocente e oprimido", disse o responsável.

A coligação militar liderada pela Arábia Saudita interveio na guerra civil no Iémen em 2015, apoiando o governo iemenita reconhecido internacionalmente.

A Arábia Saudita acusa o Irão de enviar armas para os rebeldes huthis, uma acusação que Teerão sempre negou.

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