Buscas na Inspecção de Finanças: Centeno tem “confiança” no Ministério Público

Ministro das Finanças considera que o funcionamento da IGF será preservado “no contexto que se colocar nos próximos dias”.

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O ministro das Finanças diz não ter sido informado sobre as buscas Reuters/PEDRO NUNES

O ministro das Finanças disse nesta terça-feira que não foi informado, “nem tinha que ser”, sobre as buscas na Inspecção-Geral de Finanças (IGF), afirmando que tem “plena confiança” no Ministério Público e que o funcionamento das instituições será preservado.

“O gabinete do ministro das Finanças não foi informado nem tinha que ser, portanto a informação que eu tenho para transmitir é muito escassa”, começou por dizer o ministro das Finanças, Mário Centeno, questionado pelos jornalistas à margem da conferência “O Portugal dos nossos netos: tendências demográficas e economia no século XXI”, em Lisboa.

O ministro disse ter “plena confiança na actuação do Ministério Público”, acrescentando que irá acompanhar o caso à medida em que for solicitado, garantindo que “o funcionamento das instituições, também da IGF, será totalmente preservado no contexto que se colocar nos próximos dias”. “Neste momento, creio que isso está garantido, vamos continuar a acompanhar", disse Centeno, sem adiantar mais.
Inspectores da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária realizaram hoje buscas na IGF e outras domiciliárias, confirmou à Lusa fonte policial.

A PJ realizou também buscas para apreensão de documentação no Ministério da Defesa e na Cruz Vermelha Portuguesa.

Em causa estão suspeitas de corrupção passiva, peculato e abuso de poder de altos responsáveis de serviços centrais da Administração Pública do Estado, segundo a Procuradoria-geral distrital de Lisboa.

A mesma fonte adiantou que as diligências “têm por objecto o apuramento de responsabilidades individuais de dirigentes da administração pública da área de serviços com a missão designadamente do controlo financeiro e fiscal do Estado, da área ministerial, incluindo uma instituição humanitária de utilidade pública e uma empresa privada".

Em investigação estão "indícios da prática de actos ilícitos em procedimentos concursais, em acções de fiscalização que lesaram gravemente o Estado nos seus interesses financeiros, tendo como contrapartidas benefícios individuais dos visados".
O processo está a ser investigado pela 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) e na operação intervêm 50 inspectores da PJ, peritos informáticos e financeiros da PJ, seis magistrados do MP e quatro auditores.

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