Funeral de George Bush, o último representante da era do civismo na política americana

Todos os antigos Presidentes vivos - Obama, Clinton, Carter - estão na catedral de Washington, assim como Trump.

Fotogaleria
Quatro presidentes: Trump, Obama, Clinton,Três presidentes: Trump, Obama, Clinton e Carter Reuters,Reuters
Fotogaleria
O corpo do antigo Presidente esteve em câmara ardente no Capitólio EPA
Fotogaleria
Reuters
Fotogaleria
EPA
Fotogaleria
EPA
Fotogaleria
, Reuters,Reuters
Fotogaleria
A cerimónia na catedral de Washington EPA
Fotogaleria
O príncipe Carlos está em representação do Reino Unido KEVIN LAMARQUE/Reuters
Fotogaleria
Jimmy Cartes e ANgela Merkel na catedral EPA

O funeral de Estado do antigo Presidente dos Estados Unidos George Bush, nesta quarta-feira em Washington, foi uma cerimónia a recordar que houve uma era, que parece ter desaparecido para sempre, em que a política não se fazia de agressividade partidária.

Numa invulgar manifestação de união, os políticos do Partido Democrata e do Partido Republicano juntaram-se para celebrar a vida de um Presidente que apelou a uma nação “mais gentil e amável”.

George Bush, o 41.º Presidente dos Estados Unidos, morreu na sexta-feira passada aos 94 anos.

“Vamos ver muita alegria”, disse Ron Kaufman, director de campanha de Bush quando este tentou a reeleição, em 1992. “[A cerimónia] vai-nos mostrar que houve um tipo de vida que muitos demos como adquirida e que agora desejamos ter de volta.”

As guerras políticas foram postas de lado em honra do Presidente morto, do aviador da II Guerra Mundial que foi derrubado no Pacífico, do antigo director da CIA e do comandante-em-chefe que derrotou as forças iraquianas na Guerra do Golfo em 1991. Apenas num momento as divisões vieram ao de cima — aquele em que o Presidente Donald Trump e a sua rival Hillary Clinton não se cumprimentaram.

O actual Presidente não discursou. Trump enfureceu George Bush ao atacar os seus filhos, o antigo Presidente George W. Bush e Jeb Bush, que foi adversário de Trump nas primárias republicanas de 2016.

“Isto não é um funeral, este é um dia para celebrar um grande homem que teve uma vida notável. Vai deixar saudades”, escreveu Trump no Twitter ontem.

Os Trump passaram 20 minutos com a família Bush na terça-feira. Um alto funcionário da Casa Branca comentou que, em privado, Trump disse de George Bush que era “um bom homem e um tipo simpático”. E Jeb Bush, ex-governador da Florida, disse ao Wall Street Journal na terça-feira: “O Presidente e a mulher foram muito simpáticos.”

George Bush era um patriarca que representava uma era perdida — a era do civismo na política americana. Isto apesar de ter sido acusado de estar distante do americano comum quando o país foi atingido pela crise económica no início dos anos de 1990.

Bush esteve ao leme da política dos EUA do fim da Guerra Fria à queda do Muro de Berlim, em 1989. Debateu-se com uma crise económica, e foi criticado por não ter feito o suficiente para enfrentar a epidemia da sida, que alastrava na América.

Todos os antigos Presidentes vivos estiveram, com as mulheres, na catedral de Washington: George W. Bush e Laura Bush, Barack e Michelle Obama, Bill e Hillary Clinton, Jimmy e Rosalynn Carter. Bill Clinton derrotou George Bush nas presidenciais de 1992, mas nos anos que se seguiram tornaram-se amigos. 

George W. Bush, filho do Presidnete 41, foi um dos que discursou na catedral — revelou as últimas palavras do pai Bush: “Também te amo, filho.”

Estiveram lá representantes de vários países: o príncipe Carlos pelo Reino Unido, Angela Merkel pela Alemanha, o antigo primeiro-ministro britânico John Major.

O corpo de George Bush partiu depois para o Texas, onde foi sepultado.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários