Bombeiros profissionais protestam contra estatuto proposto pelo Governo

Em causa está o novo estatuto profissional que regula a carreira especial de sapador bombeiro e de oficial sapador aprovado na generalidade pelo Governo a 25 de Outubro. Concentração está marcada para esta segunda-feira.

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PAULO CUNHA/LUSA

Os bombeiros profissionais realizam nesta segunda-feira uma concentração na Praça do Comércio, em Lisboa, para protestar contra a proposta do Governo que regula a carreira especial dos bombeiros da administração central, regional e local.

A concentração, que está marcada para as 14h30, foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a que se juntam a Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP).

Em causa está o novo estatuto profissional que regula a carreira especial de sapador bombeiro e de oficial sapador aprovado na generalidade pelo Governo a 25 de Outubro.

Esta proposta do Governo cria uma carreira unificada para os bombeiros municipais e sapadores e novas tabelas remuneratórias, além de integrar os operacionais da Força Especial de Bombeiros e os trabalhadores do Instituto de Conservação Natureza e das Florestas (ICNF) que desempenham funções de sapador florestal.

O STML e o STAL referem que o Governo quer aprovar o novo estatuto do bombeiro profissional e o regime de aposentação "sem considerar a opinião e vontade dos bombeiros do país".

Segundo estes sindicatos, trata-se de um protesto que procura "reverter decisões e opções políticas que de forma inédita podem agravar a vida e o trabalho de milhares de bombeiros".

A ANBP e o SNBP decidiram juntar-se a esta concentração devido "à gravidade da situação", sendo necessário que os sindicatos estejam unidos nesta luta, disse à agência Lusa o presidente da Associação Sindical dos Bombeiros Profissionais.

Fernando Curto adiantou que a diminuição do número de postos nas carreiras, índices remuneratórios e aposentação são as principais contestações, sendo questões que os bombeiros profissionais "não vão abdicar".

Segundo o presidente da ANBP, os bombeiros querem que se mantenham os sete postos nas carreiras e não os quatro que agora o Governo propõe.

Se as carreiras forem reduzidas, os bombeiros vão ter uma pequena progressão, disse, referindo que o Governo propõe também uma diminuição dos salários, passando os novos bombeiros a ganhar cerca de 600 euros, menos 300 do que actualmente.

"Uma profissão de alto risco não pode ganhar o ordenado mínimo nacional", sustentou Fernando Curto, contestando ainda o novo regime de aposentação, que aumenta a idade de reforma dos bombeiros profissionais.

Segundo a proposta do Governo, a idade de reforma dos bombeiros profissionais vai passar a ser igual à idade legal de reforma, reduzida em seis anos, beneficiando ainda de um regime transitório.

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