Cimeira de Bruxelas sobre o “Brexit” não alterou o tom das críticas em Londres

Partidos britânicos mantêm posições e preparam-se para o chumbar no Parlamento, numa votação que deverá ter lugar em meados de Dezembro.

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Theresa May, primeira-ministra britânica EPA/OLIVIER HOSLET

Theresa May prometeu colocar “o seu coração e a sua alma” na difícil tarefa de vender aos deputados um acordo para o “Brexit” que, insiste, é o “único possível”. Foi desta forma que a primeira-ministra britânica deu o pontapé de saída no “debate nacional crucial” que, no Reino Unido, terminará “numa das mais significativas votações em muitos anos”.

Na Câmara dos Comuns, em meados de Dezembro, decidir-se-á o futuro do acordo de saída, ratificado este domingo pelos 27 Estados-membros da União Europeia.

O desfecho da cimeira europeia não alterou, porém, em nada, as posições de fundo assumidas há cerca de duas semanas pelos principais partidos e actores políticos britânicos. A começar pela primeira-ministra, é certo, mas também junto da ala eurocéptica do Partido Conservador, que continua a fazer figas por uma moção de desconfiança à sua líder.

Do lado trabalhista, Jeremy Corbyn confirmou que o principal partido de oposição vai “opor-se ao acordo no Parlamento”, por entender que retira margem ao Reino Unido para “decidir o seu futuro” e por “colocar emprego e padrões de vida em risco”. “É um falhanço miserável de uma negociação que nos deixa com o pior de todos os mundos”, concluiu.

No Partido Unionista Democrático, que suporta o Governo no Parlamento, permanece bem sólida a decisão de não se apoiar o acordo do “Brexit” por causa do backstop na ilha irlandesa. 

A líder unionista Arlene Foster voltou a defender que é necessário “procurar uma terceira via”, ampliando os rumores, avançados pelo Sunday Times, de que estará em conversas com ministros pró-UE do Governo de May para se avançar para um acordo semelhante ao que vigora para a Noruega – que integra o Espaço Económico Europeu –, em caso de chumbo do acordo na Câmara dos Comuns.

Já Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês, lamentou um “acordo péssimo” e Vince Cable, dos Liberais-Democratas falou “num desastre para a população britânica”.

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