Governo: Esquerda só quer olhar para o futuro e direita dá nota negativa

Partidos da esquerda mostram-se disponíveis para manter apoio ao Governo, enquanto direita e centro-direita preferem olhar para um passado que avaliam negativamente.

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Imagemd e um debate quinzenal, com o primeiro-ministro Nuno Ferreira Santos

Mais do que avaliar a solução governativa, o que a esquerda quer é falar sobre o futuro. O Bloco tem tornado claro o seu desejo de integrar o Governo e o PCP já assumiu que dispensa acordos escritos. Quanto ao Partido Ecologista Os Verdes, a intenção é mostrar-se disponível "para encontrar soluções positivas para o país". A conclusão é só uma: a esquerda continua disposta a ajudar o PS a ser governo.

"Estamos disponíveis para ir para o Governo para determinar políticas. Agora, com uma responsabilidade diferente de há três anos porque as pessoas já compreendem melhor que as nossas propostas, afinal, fazem a diferença e são possíveis porque equilibram também as contas públicas”, disse Pedro Filipe Soares à Agência Lusa, quando questionado sobre os três anos de governação.

O PCP, através do deputado António Filipe, reiterou a ideia de que o partido nem precisará de acordo escrito para manter a posição de compromisso. Mas também não revelou os contornos ou exigências dos comunistas para dar corpo a essa solução. “Sempre dissemos, pela nossa parte, a nossa palavra bastaria, portanto, para nós, nunca houve sequer qualquer necessidade de um qualquer documento escrito", disse o parlamentar.

Em jeito de conclusão, o comunista deixou também a ideia de que será o resultado das legislativas a ditar a próxima solução de governo: "o que nos norteia é um compromisso com o povo português, que será sempre mantido, sejam quais forem as circunstâncias que se abram em futuras legislaturas".

Heloísa Apolónia disse que Os Verdes “estarão sempre disponíveis para encontrar soluções positivas para o país”, na Assembleia da República. Mas deixou um aviso: "nunca poderemos dar o nosso voto favorável" àquilo que “considerarmos negativo”.

À direita, o CDS-PP fez uma avaliação “fracamente negativa” dos três anos de executivo. “O Governo preocupou-se sempre muito mais em manter a sua base eleitoral, a sua base de apoio aqui no Parlamento, do que em resolver o problema dos portugueses. Por isso mesmo, a nossa avaliação destes três anos é uma avaliação francamente negativa”, disse Pedro Mota Soares.

Rui Rio queixou-se de que o Governo não tem nenhuma reforma para apresentar e que isso lhe vale nota negativa. “Nem tudo está mal, mas, no balanço, faço uma avaliação negativa”, disse o líder do PSD depois de um encontro com o Presidente de Angola, João Lourenço, na sexta-feira.

Leia aqui o que dois historiadores consideram que o Governo vai deixar para o futuro.

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