Isabel dos Santos alerta para possível "crise política profunda em Angola"

Empresária e filha do antigo Presidente angolano critica declarações do actual Chefe de Estado.

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Fernando Veludo/NFACTOS

A empresária angolana Isabel dos Santos afirmou nesta quarta-feira "a situação está a tornar-se cada vez mais tensa [em Angola], com a possibilidade de se juntar à crise económica existente uma crise política profunda".

Numa série de mensagens publicadas ao longo do dia no Twitter, e na véspera da chegada do Presidente João Lourenço a Portugal, a filha do ex-chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos exemplifica: "Greve nacional dos médicos com 90% de adesão, quebra do poder de compra em 170%, fome nas famílias apesar do petróleo em alta".

As mensagens da empresária angolana, exonerada da presidência da Sonangol por João Lourenço, foram publicadas no dia em que o seu pai, José Eduardo dos Santos, fez uma declaração garantindo que não deixou os cofres públicos vazios, em resposta a declarações do actual Presidente em que criticou a forma como foi feita a passagem da "pasta" entre os dois chefes de Estado.

Na declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, feita pouco depois de Lourenço levantar voo de Luanda rumo a Lisboa, para uma visita de Estado de três dias, Eduardo dos Santos disse: “Não deixei os cofres do Estado vazios. Em Setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de Angola como reservas internacionais líquidas a cargo do um gestor que era o governador do BNA sob orientação do Governo".

Isabel dos Santos definiu a declaração do pai como "uma entrevista sem precedentes". "Antigo Presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos, afirma que não deixou os 'cofres vazios' e novo OGE2018 foi feito pela equipa do Presidente João Lourenço. 15 mil milhões de dólares foi valor deixado em caixa. E 29 mil milhões foi receita 2018 da Sonangol".

João Lourenço sucedeu em Setembro de 2017 a Eduardo dos Santos, que esteve no cargo entre 1979 e 2017.

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