Governo aumenta apoios à compra de carros eléctricos

Medidas prevêem apoios fiscais e à aquisição de veículos eléctricos, assim como uma aposta na descarbonização e redução dos tarifários no transporte público.

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Apoios à aquisição de veículos eléctricos passam para três milhões de euros em 2019 Fernando Veludo

O secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, anunciou que vão estar disponíveis mais verbas para o apoio à aquisição de veículos eléctricos em Portugal. De 2,65 milhões de euros passa-se para três milhões de euros em 2019.

Estes apoios não se destinam apenas a automóveis. O objectivo é também aumentar o número de motos e bicicletas eléctricas, “não menos que mil”, explicou ao PÚBLICO José Mendes.

Por outro lado, o secretário de Estado afirma que, à semelhança do anunciado por outros países europeus como Espanha, França e Alemanha, pretende-se que a partir de 2040 deixem de ser comercializados em Portugal veículos com motores de combustão interna, uma meta que acredita que será atingida ainda antes de 2040, impulsionada pela própria iniciativa da indústria automóvel.

Nesta sexta-feira, depois de uma Assembleia Geral da Aliança para Descarbonização dos Transportes, TDA na sigla inglesa, que teve lugar durante dois dias em Roterdão, o líder da TDA afirmou ao PÚBLICO que foram discutidas algumas medidas a implementar.

Uma delas, que será coordenada por Portugal, diz respeito à criação de uma formação Master of Business Administration (MBA) orientada para esta área, uma aposta na “oferta de programas especificamente orientados para esse novo mundo da descarbonização dos transportes que tem implicações tecnológicas, organizacionais, comportamentais, financeiras”, explica José Mendes.

Quanto a Portugal, garante que “é um exemplo de boas práticas”, mostrando-se empenhado na aposta no transporte público, com investimento na melhoria da frota e na redução dos tarifários com início no próximo ano.

Além disso, está prevista a renovação de frotas de autocarros em Portugal, com cerca de 715 autocarros a gás natural ou energia eléctrica, e projectos de expansão dos metros em Lisboa e no Porto, explicou.

Ao nível dos veículos eléctricos, foi apresentado na TDA o pacote de apoios quer ao nível fiscal quer ao nível do apoio à aquisição, bem como o projecto ECO.Mob, que pretende introduzir em 2019 mais 600 veículos eléctricos na administração pública.

Porém, o secretário de Estado admite que está a ser ponderada a imposição de um limite ao valor dos carros elegíveis, para evitar que dinheiros públicos sejam canalizados para a aquisição de carros de luxo.

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O secretário de Estado Adjunto da Mobilidade, José Mendes, durante a intervenção na Assembleia Geral da TDA DR

Até 2030, o Governo pretende ainda criar mais mil quilómetros de redes cicláveis num investimento de 300 milhões de euros. O objectivo passa, de acordo com o secretário de Estado, por pôr em prática “um conjunto de políticas que nos permitem reduzir substancialmente o volume de emissões de gases de efeito de estufa, nomeadamente o CO2”.

“Só reduzindo esse volume de emissões é que somos capazes de limitar o aquecimento global.” Neste sentido, pretende-se atingir até 2050 em Portugal a neutralidade carbónica, o que significa “reduzir as actuais 70 megatoneladas de CO2 por ano que nós emitimos para 10 megatoneladas”.

Na assembleia anual foram apresentados três novos membros da Aliança: o estado da Califórnia, a empresa de logística DHL e a empresa portuguesa Brisa. No total, a TDA conta com 20 membros.

José Mendes vai estender o seu mandato na liderança da organização por mais seis meses. Uma das suas preocupações é alargar a base geográfica de membros, na América, Ásia e África, de forma a tornar a aliança capaz de desenhar soluções mais eficazes.

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