Depois da Web Summit, chega a Lisboa o Dog Summit

O Dog Summit quer encher a LX Factory de cães (e tutores), no fim-de-semana de 24 e 25 de Novembro: o evento pode chegar aos 1500 animais de companhia. Para os donos, há workshops de treino, bem-estar e alimentação para cães, palestras e arte urbana.

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Hannah Lim/Unsplash

É um evento para humanos feito a pensar nos cães e nas relações que com eles estabelecem. Assim se começa por apresentar o Dog Summit que, no fim-de-semana de 24 a 25 de Novembro, quer levar até 1500 cães aos armazéns L e XL do LX Factory, em Lisboa. 

Para os tutores que os acompanham — e para os que chegam sozinhos —, a organização propõe dois dias de palestras, workshops, seminários e conversas (DogX Talks, um trocadilho com as conhecidas TedX).

As formações práticas e teóricas vão versar sobre "metodologias de treino positivo" de obediência e educação, nutrição, alimentação animal, terapias holísticas e tratamentos naturais, o comportamento e aprendizagem do cão ou a linguagem canina.

Para Cristina Pena e João Brochado, os principais organizadores do evento promovido pelo Andromeda Group, o Dog Summit é um projecto "inédito em Portugal", não só pela "quantidade de formação em simultâneo" mas também pelo "enfoque nas metodologias de treino positivo, ainda pouco divulgadas no país".

Os dois organizadores, um casal, aperceberam-se disto mesmo quando procuravam formação em treino comportamental para o Lobito, o cão que está com eles desde pequeno e que devido a "treino aversivo" começou a demonstrar sinais de agressividade e ansiedade. "Deparámo-nos muitas vezes com métodos baseados neste tipo de treino", focados, por exemplo, no castigo e no reforço negativo. "O treino positivo respeita mais o bem-estar do cão. E nós percebemos que, no fundo, quem tem de aprender é o dono e não o cão", concluíram. "Agora, queremos mostrar que existe esta alternativa."    

Por isso, no evento vão marcar presença apenas treinadores e comportamentalistas de cães portugueses e estrangeiros certificados em metodologias de reforço positivo. Na lista de oradores entram também médicos veterinários, terapeutas e responsáveis por associações de protecção animal e abrigos.

Na LX Factory vai ainda ser montado um espaço de exposição para dar a conhecer startups que desenvolvam serviços ou produtos no sector animal. Ainda há lugares disponíveis e os interessados devem enviar a apresentação da empresa por email (contest@dogsummit.pt).

Um outro concurso, desta vez de fotografia, oferece entradas para o Dog Summit aos autores das imagens vencedoras. "É sugerida uma reflexão sobre os temas como o abandono animal, condições de cães em canis e cães acorrentados", lê-se no regulamento. As imagens devem ser enviadas até 12 de Novembro e as vencedoras vão ser integradas numa exposição, com inauguração dias antes do arranque do evento.

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A arte urbana vai reflectir sobre o abandono animal e o apelo à adopção

A arte urbana é outra componente do encontro e vai estar em destaque, à entrada da cimeira. A exposição de obras assinadas por Bordallo II  — artista conhecido pelas esculturas de animais feitas com lixo — Godmess, Seiko ou Mal pretende fazer "parte da reflexão sobre práticas correntes como o abandono ou os maus-tratos".  

A entrada de cães está barrada na sala onde vão decorrer os seminários. No resto do recinto, a organização pode solicitar o uso de açaime durante a admissão do animal, consoante a avaliação de treinadores especializados. O uso de trela é obrigatório e as restantes regras de acesso podem ser lido aqui

Durante o evento, os restaurantes parceiros vão desenvolver um menu para cães e tutores. Os bilhetes estão à venda desde 15 euros só para um dia e 20 para os dois. Dez por cento dos lucros revertem a favor da associação Animais de Rua e do movimento voluntário Quebr'A Corrente, criado para "devolver a liberdade a cães acorrentados".

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