Web Summit com mais participantes, o mesmo espaço e a promessa de crescer

A organização espera 70 mil pessoas, numa área que já se revelou acanhada nos anos anteriores.

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São esperadas cerca de 70 mil pessoas este ano Ricardo Lopes/arquivo

Pela terceira vez em Lisboa, a Web Summit vai levar ao palco centenas de oradores. São magnatas da tecnologia, inventores, cientistas, políticos, atletas, e celebridades da música, televisão e cinema, que abordam temas para lá da tecnologia. Os nomes nomes são muitos, mas o tempo é para cada um: a generalidade das palestras e debates tem entre 15 e 20 minutos.

Já a área ocupada continua a mesma, num espaço que se revelou acanhado nos anos anteriores. O evento decorre no Parque das Nações, em Lisboa, espalhando-se pelo Altice Arena – onde está o palco principal e uma zona para convidados – e pelos quatro pavilhões da Feira Internacional de Lisboa, mais conhecida por FIL.

No final da primeira edição em Portugal, em 2016, o fundador da Web Summit Paddy Cosgrave afirmou que o evento se alargaria a outros locais daquela zona de Lisboa, aproveitando algumas das estruturas criadas para a Expo98. O objectivo era resolver a falta de espaço, especialmente nos pavilhões, onde as startups se acotovelam em busca de clientes e investidores, e onde as palestras nem sempre são fáceis de acompanhar devido ao ambiente frenético. Mas a promessa acabou por não se concretizar e só agora, com o contrato de permanência por mais dez anos, foram anunciados planos para ampliar a FIL.

Ao todo, os quatro pavilhões da FIL tem uma área coberta de 40 mil metros quadrados (são 100 mil se contabilizados os espaços exteriores). O Altice Arena tem cerca de cinco mil metros quadrados e capacidade para 12.500 pessoas sentadas, o que significa que não é possível acomodar ao mesmo tempo as cerca de 70 mil pessoas que, de acordo com a organização, têm bilhete (foram 50 mil em 2016 e 60 mil em 2017). Nos anos anteriores, muitas acabaram por assistir ao que se passou no palco principal através dos grandes ecrãs exteriores.

Há eventos muito maiores na Europa. A IFA, uma feira de electrónica de consumo em Berlim, já vendeu para a sua edição do próximo ano 159 mil metros quadrados de área coberta a empresas que querem mostrar os seus produtos. O World Mobile Congress, o maior evento do mundo dedicado ao sector dos telemóveis, decorre anualmente em Barcelona, num enorme espaço de 400 mil metros quadrados, onde passadeiras rolantes ajudam os participantes a circularem entre pavilhões. Este ano, foram ao congresso um pouco mais de 100 mil pessoas.

Já o preço das entradas para a Web Summit  também costuma impressionar. O preço para um bilhete normal era de 1500 euros. O bilhete “executivo” (que dá acesso ao jantar com oradores) ficava perto dos cinco mil euros. O bilhete mais caro custava praticamente 25 mil euros. Mas havia entradas gratuitas para estudantes.

O número que é novidade este ano é o compromisso de permanência em Lisboa: são dez anos, com contrapartidas que incluem 11 milhões de euros anuais de dinheiro público.

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