Técnicos de diagnóstico e terapêutica na rua: “Marta Temido, queremos o prometido!”

José Abraão garantiu que “a luta não terminará aqui se não houver uma resposta urgente” por parte do Governo.

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Nuno ferreira Santos
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Centenas de técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram às 15h na Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, uma manifestação em direcção à Assembleia da República, em protesto contra a estrutura da carreira imposta pelo Governo. Os sindicatos consideram que a proposta de carreira que “está a ser imposta pelo Governo é injusta e desajustada”.

Ao som de apitos e cornetas, os manifestantes gritam palavras de ordem como “Marta Temido, queremos o prometido! Salário, carreira há muito esquecidos” e empunham faixas, algumas negras, com inscrições como “discriminados — progressão — equidade — paridade” e “juntos somos mais fortes”.

Em declarações à agência Lusa, José Abraão, em representação da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), fez um “apelo veemente” à ministra da Saúde, Marta Temido, “para que de uma vez por todas pare este problema”. “Dois anos é muito tempo, é preciso fazer justiça com estes profissionais e corresponder minimamente, com alguma razoabilidade, para que tenham uma carreira que dignifique a profissão e a actividade e inverta a tendência de degradação do funcionamento dos serviços onde cresce o desespero e a insatisfação das pessoas.” E garantiu: “A luta não terminará aqui se não houver uma resposta urgente [por parte do Governo]”.

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram às 00h desta segunda-feira uma greve de 24 horas para exigir a revisão da carreira. A paralisação desta segunda-feira é a quarta destes trabalhadores este ano. As anteriores decorreram em Maio, Junho e Julho.

A greve é convocada pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com fins públicos.

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, num total de cerca de 10 mil profissionais que trabalham nos serviços públicos de saúde.

“Houve serviços, como o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, que à última hora andaram a procurar recrutar trabalhadores para evitar que o sangue se estragasse”, disse Luís Dupont, presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, considerando “lamentáveis” estas situações.

Adriano Falcão, técnico de radioterapia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, marcou presença no protesto por considerar que a situação de injustiça em relação a estes técnicos profissionais não pode continuar.

“Andamos há anos e anos atrás da regularização da carreira e nada é feito. Todos os governos viram as costas e não se interessam por nós”, disse à Lusa Adriano Falcão, afirmando que apesar de a esperança ter vindo a diminuir ainda acredita que desta vez, com uma nova ministra, vão conseguir.

Altina Pinto, técnica de saúde ambiental, no centro de saúde de Torre de Moncorvo, Bragança, lembrou que os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica são a única carreira de licenciados que não é remunerada como tal.

“Há 18 anos que somos discriminados”, disse, sublinhando que “os médicos sem diagnóstico não fazem diagnóstico”, acrescentando que estes técnicos “são essenciais no serviço nacional de saúde”.

No final do protesto, vigiado pela PSP na escadaria da Assembleia da República (AR), os sindicatos entregaram uma carta dirigida ao presidente da AR, em que manifestam as preocupações dos trabalhadores e reclamam que seja encontrada uma solução para a carreira.

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