Tancos: Rio acredita ser "normal" Azeredo informar Costa da encenação

Líder do PSD diz que "não é muito normal" que um ministro "não transmita ao primeiro-ministro" o que sabe. Mas é contra chamar Costa a uma comissão parlamentar.

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LUSA/CARLOS BARROSO

O líder do PSD acredita que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes teria informado o primeiro-ministro sobre a encenação da recuperação de armas em Tancos. “Não é muito normal que [o ex-ministro] não transmita ao primeiro-ministro”, disse aos jornalistas Rui Rio, no Parlamento, ressalvando “a ser verdade” que o ex-chefe de gabinete entregou um memorando sobre a situação ao antigo titular da pasta da Defesa.

O líder social-democrata discordou, no entanto, da opção de ouvir António Costa na comissão sobre o caso, como já é assumido pelo CDS.

“Não vou atrás de foguetes. Não me lembro de um primeiro-ministro vir a uma comissão. Deve vir ao plenário, que é o sítio institucional” para dar explicações, disse Rui Rio, depois de questionado sobre a possibilidade de Costa ser ouvido em comissão, mesmo que por escrito. “Nunca vi um primeiro-ministro vir a uma comissão e não quero ver seja quem for”, acrescentou o líder social-democrata.

Questionado sobre se o Presidente da República poderia ter também conhecimento da encenação da recuperação do material militar, Rui Rio não pôs em dúvida a palavra de Marcelo Rebelo de Sousa. “Se ele diz que não conhecia temos de acreditar que não conhecia”, disse no final de uma reunião com os deputados do PSD.

Como o PÚBLICO noticiou esta quinta-feira, o ex-chefe de gabinete do antigo ministro da Defesa disse na quarta-feira, no interrogatório a que foi submetido, ter informado Azeredo Lopes do memorando sobre Tancos que lhe foi entregue, há menos de um ano, pelo então director da Polícia Judiciária Militar o coronel Luís Vieira.

Costa pede responsabilização

Em reacção à notícia do PÚBLICO, António Costa afirmou querer que os autores e “eventuais cúmplices e encobridores”, no caso de Tancos, sejam responsabilizados, sejam eles “quem forem”.

“O primeiro-ministro não comenta questões objecto de investigação criminal. Limita-se a desejar que as autoridades competentes, com a maior brevidade possível, esclareçam cabalmente o ocorrido, responsabilizando os autores do furto e os seus eventuais cúmplices e encobridores, sejam quem forem”, disse ao PÚBLICO o gabinete de imprensa do primeiro-ministro.

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