Decisão inédita: Comissão Europeia chumba Orçamento de Itália

A Comissão Europeia decidiu pela primeira vez na sua história rejeitar um orçamento de Estado: o de Itália. O vice primeiro-ministro Luigi Di Maio não ficou surpreendido e diz que esta é também a primeira vez que o orçamento italiano é escrito em Roma e não em Bruxelas.

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O chumbo foi anunciado oficialmente pelo comissário europeu Valdis Dombrovskis. © Francois Lenoir / Reuters

Numa decisão inédita, a Comissão Europeia anunciou a rejeição do Orçamento do Estado de Itália para 2019. O chumbo foi anunciado oficialmente pelo comissário europeu responsável Valdis Dombrovskis, depois de o Governo italiano se ter recusado a alterar os planos orçamentais tal como Bruxelas tinha pedido; e pouco depois de o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ter afirmado que “não há plano B” para o Orçamento – que inclui aumentos da despesa, reversões de reformas estruturais e redução de impostos.

O Governo italiano tem, agora, três semanas para entregar uma nova versão do documento, porque que este documento “vai abertamente contra” as regras europeias, explicou Valdis Dombrovskis, que aproveitou para enviar um recado: “Não se pode curar o endividamento com mais dívida.”

Di Maio reage sem surpresa

O executivo de Roma admite que a sua proposta de Orçamento não cumpre as regras europeias, mas decidiu fazer um braço-de-ferro, argumentando que estas medidas são necessárias para fazer face à lentidão que se regista na recuperação do PIB e às condições difíceis que vivem os estratos mais pobres da população.

O vice primeiro-ministro de Itália, Luigi Di Maio, recebeu sem surpresa o chumbo de Bruxelas e desafiou a Comissão Europeia a “respeitar” os italianos e o seu governo.

“Este é o primeiro orçamento de que a União Europeia não gosta. Não estou surpreendido. Este é o primeiro orçamento italiano que foi escrito em Roma e não em Bruxelas”, ironizou Di Maio, que tem a pasta do Desenvolvimento Económico, Trabalho e Políticas Sociais, citado pela Reuters.

Citado igualmente pela Reuters, um porta-voz do Ministério da Economia italiano defendeu o orçamento expansionista apresentado e diz que a única maneira de reduzir a dívida pública do país é impulsionando o crescimento económico.

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