UE pede investigação aprofundada à morte do jornalista Jamal Khashoggi

Governos de França e Alemanha também pedem investigações. Donald Trump reconhece que não está satisfeito com as explicações dadas pela Arábia Saudita.

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Reuters/LEAH MILLIS

A União Europeia (UE) pede uma “investigação exaustiva, credível e transparente” sobre a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no dia 2 de Outubro, no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Numa declaração divulgada neste sábado, a responsável pela política externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirma que as circunstâncias da morte de Jamal Khashoggi, que se têm tornado conhecidas nos últimos dias, “são profundamente perturbadoras, incluindo uma violação chocante da Convenção de Viena de 1963 sobre relações consulares”.

“A União Europeia, assim como os seus parceiros, insiste na necessidade de uma investigação aprofundada, credível e transparente, que esclareça as circunstâncias da morte”, lê-se no comunicado. Federica Mogherini sublinha ainda a necessidade de que todos os culpados assumam total responsabilidade.

A Arábia Saudita confirmou oficialmente a morte de Jamal Khashoggi, um jornalista crítico do regime, contrariando a versão inicial de que o jornalista teria saído vivo do consulado no dia 2 de Outubro. De acordo com as conclusões preliminares da investigação oficial, divulgadas pela agência noticiosa estatal saudita, houve uma luta entre Khashoggi e as pessoas que o receberam no interior do consulado em Istambul, onde o jornalista tinha ido buscar um documento necessário para se casar.

Neste sábado, a Alemanha considerou “insuficientes” as explicações da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista, e França exigiu uma “investigação exaustiva”, considerando que muitas questões permanecem “sem resposta”.

Trump “não está satisfeito” com respostas

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou este sábado que não está satisfeito com as explicações dadas pela Arábia Saudita sobre as circunstâncias do assassinato de Khashoggi. 

O líder norte-americano reconhece que há questões que continuam sem resposta. “Não, não estou satisfeito até que encontremos a resposta. Mas foi um grande primeiro passo, foi um bom primeiro passo. Mas quero chegar à resposta”, afirmou Trump aos jornalistas, numa viagem ao estado do Nevada. Acrescentou, contudo, que era possível que o príncipe Mohammed bin Salman não estivesse a par das circunstâncias da morte de Khashoggi.

A primeira reacção dos EUA à confirmação do governo saudita tinha sido transmitida na sexta-feira, através da porta-voz da Administração norte-americana. “Estamos tristes por saber que a morte de Khashoggi foi confirmada”, afirmara Sarah Sanders.

As autoridades turcas desconfiam que Khashoggi, colunista do jornal norte-americano Washington Post, foi morto por agentes sauditas e o seu corpo esquartejado.

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