Estrangeiros compraram 11,5% do imobiliário em Portugal em 2017

Franceses e ingleses bem à frente, seguidos de brasileiros e chineses - os cidadãos não residentes asseguraram em 2017 uma fatia de 11,5% do valor do imobiliário transaccionado. Montante médio dos prédios vendidos a estrangeiros foi quase 50% superior ao registado no conjunto de mercado

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Nuno Ferreira Santos

Há muito que se ouve os agentes imobiliários e os representantes das mediadoras em Portugal a dizer que são os estrangeiros quem anda a comprar a fatia mais expressiva do imobiliário em Portugal. Esta sexta-feira, 19 de Outubro, o Instituto Nacional de Estatística volta a dar corpo a essa percepção, ao quantificar o peso dos imóveis comercializados em Portugal por cidadãos não residentes: durante o ano de 2017, os estrangeiros compraram 7,7 % dos imóveis transaccionados (em número), e passaram o cheque para uma fatia de correspondendo a 11,5% do valor em causa.

Venderam-se 226.617 imóveis no ano passado, sendo que 17.388 foram comprados por não residentes, mais 2.796 do que em 2016. O valor médio destes imóveis fixou-se em 160.407 euros no ano passado, um montante quase 50% superior ao valor médio das transações globais realizadas no país durante o mesmo ano (107.381 euros).

Tais números representam um aumento de 19,2% em número e 22,6% em valor face a 2016, explica ainda o INE. À semelhança do ano anterior, foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal (19,6% do valor total), seguidos pelos residentes no Reino Unido (16,2%); ambos os países muito à frente da nacionalidades seguintes, de cidadãos brasileiros (6,9%) e chineses (6,3%).

Há outra estatística a confirmar as afirmações dos promotores imobiliários, que dizem que o preço, considerado muito elevado para a maior parte dos portugueses é considerado acessível para os cidadãos não residentes: durante o ano de 2017 os estrangeiros pagaram uma média de 160.407 euros por fracção comprada, e tal média significa um valor quase 50% superior ao valor médio das transacções globais, e que se ficou pelos 107. 381 euros.

Ou, mais expressivo ainda: 6,8% dos imóveis vendidos a não residentes tiveram um valor unitário igual ou superior a 500 mil euros, correspondendo-lhes 36,3% do valor total. Cerca de três quartos do valor das aquisições por não residentes localizou-se nas regiões do Algarve (42,8%) e Área Metropolitana de Lisboa (35%), sendo que foi nesta última região que o valor médio das aquisições foi o mais elevado (276,8 mil euros).

“Foi essencialmente a partir de 2013 que o número e o valor dos imóveis adquiridos por não residentes com valor igual ou superior a 500 mil euros mais cresceram em Portugal, mais que duplicando em número e quase duplicando em valor face a 2012”, esclarece o INE.

Foi em 2014 que esse crescimento se acentuou, principalmente em valor, “passando estes imóveis a representar quase metade do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes nesse ano”. Recorde-se que foi nestes anos que arrancaram os chamados vistos gold, oficialmente chamados de “Autorizações de Residência em Portugal para Actividades de Investimento".

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