Nos últimos sete anos, a Câmara de Gaia não abateu um cão ou um gato

Autarquia oferece profilaxia obrigatória e identificação electrónica, desparasitação e esterilização dos animais

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Tucker Good/Unsplash

Uma política de sensibilização massiva para a adopção de animais e uma estratégia de oferta de vacinas permitiram à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia não abater um cão ou um gato nos últimos sete anos.

A poucos dias da entrada em vigor da nova legislação que impede os canis municipais de abater animais errantes, fonte daquela autarquia disse à Lusa que desde 2011 não há abates no concelho, devido a uma estratégia elaborada com o objectivo de procurar alternativas positivas. "Esta aposta foi efectuada no sentido de salvaguardar a vida e o bem-estar animal, sendo que a mesma veio permitir que um grande número de canídeos e felídeos fossem reintegrados em ambiente familiar com resultados francamente positivos.”

Em causa está a Lei n.º 27/2016, de 23 de Agosto, que proíbe o abate de animais errantes como forma de controlo da população e cujo período transitório termina no final do mês de Setembro.

Em Gaia, a autarquia garante que já pratica a política desde 2011 e "progressivamente com critérios cada vez mais rigorosos", o que "tem obrigado a um esforço adicional por parte de todos os intervenientes, conducente a uma taxa de adopção elevada, com a concretização e conjugação de uma série de medidas".

São elas a divulgação do Centro de Reabilitação Animal no site do município, o fomento de iniciativas de sensibilização com regularidade, especialmente em escolas e empreendimentos de habitação, bem como a abertura do centro a visitas de grupos escolares e a realização de campanhas de adopção.

A câmara também decidiu abrir diariamente o centro a visitantes e, uma vez por mês, aos sábados (excepto nos meses de Julho e Agosto), de forma a evitar "desculpas" de quem por afazeres profissionais não tinha disponibilidade durante a semana para adoptar um animal.

Soma-se ao leque de medidas a oferta da profilaxia obrigatória (vacina anti-rábica e identificação electrónica), entre outras vacinas polivalentes, desparasitação interna e externa e esterilização do animal.

Actualmente, além de empresas, organizações e associações não municipais, existe em Gaia um local de recolha e dedicado a adopções, o Centro de Reabilitação Animal, localizado em Oliveira do Douro, com 38 jaulas para cães e três jaulas para gatos.

Em 2017 foi anunciada a construção do PATA, um novo Centro de Recolha Oficial que está a nascer na Estrada Nacional 222, freguesia de Avintes, muito próximo do Parque Biológico de Gaia. "Irá dispor de uma maior capacidade de alojamento, instalações modelares e com novas valências", refere informação camarária remetida à Lusa.

Já o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, aquando da adjudicação da obra em Novembro de 2017, revelou que o PATA custará à autarquia 600 mil euros, nascendo da "ligação muito forte do município às questões ambientais".

Em 2017, em Vila Nova de Gaia, foram recolhidos 301 animais (25 por mês, em média) e adoptados 250, sendo que 41 foram restituídos às famílias, num total de 291 animais.

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