Farmácias em Cascais já disponibilizam testes rápidos ao VIH e hepatites virais

Alargar o serviço a outras farmácias e possibilitar a realização dos testes em casa fazem parte dos planos a curto prazo.

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Guilherme Marques

A partir desta quarta-feira, já é possível fazer testes rápidos para detecção do VIH e hepatites virais (B e C) em 22 farmácias do concelho de Cascais. O município, “que aderiu à iniciativa Fast  Track  Cities (cidades na via rápida para eliminar o VIH) no ano passado [a par de Lisboa e do Porto], é o primeiro a aplicar o despacho de Março deste ano, que veio autorizar a realização de testes rápidos de rastreio de infecções por VIH, VHC [hepatite C] e VHB [hepatite B] nas farmácias comunitárias e nos laboratórios de análises clínicas”, explica o Ministério da Saúde em comunicado.

A iniciativa é colocada em prática mais de meio ano depois da publicação do despacho que a legislava. O documento dava 30 dias ao Infarmed para “elaborar e publicar o normativo técnico e organizacional”, que a Autoridade do Medicamento publicou no final de Abril. Mais tarde, em Agosto deste ano, o Infarmed esclarecia os requisitos necessários para que as farmácias pudessem oferecer o serviço (incluindo a necessidade de formação e realização dos testes de forma anónima, por exemplo).

Também designados point of care, os testes rápidos terão sempre que ser confirmados posteriormente, caso sejam reactivos (positivos). Caberá ao utente ou à farmácia entrar em contacto com a linha SNS24 que depois fará o encaminhamento para o hospital.

A disponibilização deste serviço é voluntária, mas o ministério assegura que “estes testes rápidos serão disponibilizados, progressivamente, noutras farmácias de todo o país”. Para breve (até ao final do ano) será também possível comprar o teste na farmácia e fazê-lo em casa.

A Farmácia Alto da Castelhana, em Alcabideche, Cascais, é uma das primeiras a disponibilizar os testes. Foi, por isso, o local escolhido para a assinatura da declaração que, nesta quarta-feira, vai dar o estatuto de Fast  Track  Cities a mais sete cidades — Almada, Amadora, Loures, Oeiras, Odivelas, Portimão e Sintra. Tornando Portugal no primeiro Fast Track Country, segundo o Ministério da Saúde. A iniciativa conta com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e Tim Martineau, da ONUSIDA. 

Ao tornarem-se Fast Track Cities as cidades passam a estar em “posição privilegiada” para agir localmente no sentido de cumprir as metas 90-90-90 da ONUSIDA para 2020. Ou seja, ter 90% das pessoas infectadas com VIH diagnosticadas;  90% das pessoas diagnosticadas a receber tratamento; e 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetectável.

“Com estas medidas, o Governo pretende aumentar a detecção precoce da infecção por VIH e hepatites virais, e quebrar o ciclo de transmissões, tendo como objectivo, até 2030, transformar Portugal num país livre da epidemia de VIH/sida”, lê-se no comunicado.

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