Igualdade de género e capacitação das mulheres do Mediterrâneo em debate durante três dias

"Será um espaço de partilha de dificuldades e de desafios que se colocam à promoção de igualdade entre mulheres e homens", adiantou Rosa Monteiro.

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Durante a conferência serão discutidos temas como o papel dos homens, do sector privado e dos media na alteração de estereótipos e barreiras sociais Adriano Miranda

A igualdade de género e a capacitação das mulheres nos países do Mediterrâneo vai estar em discussão durante três dias, em Lisboa, numa organização inédita entre o Governo português e a União para o Mediterrâneo.

O evento, que deverá reunir centenas de participantes, decorre entre 9 e 11 de Outubro, na Fundação Champalimaud, sendo a primeira vez que esta conferência regional de alto nível sobre o empoderamento das mulheres, que vai na sua quarta edição, se realiza fora da sede da União para o Mediterrâneo (UpM), em Barcelona.

"Mulheres a construir sociedades inclusivas no Mediterrâneo" é o tema da conferência que se realiza depois de os 43 países da UpM terem aderido a uma declaração para a adopção de medidas e políticas para a promoção da igualdade entre homens e mulheres em todas as esferas da sociedade.

No entender da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, a escolha de Portugal é explicada com o facto de o país se ter vindo a destacar com a aplicação de políticas para a promoção da igualdade entre mulheres e homens ou de combate à descriminação salarial.

"Será um espaço de partilha de dificuldades e de desafios que se colocam à promoção de igualdade entre mulheres e homens", adiantou Rosa Monteiro.

A secretária-geral da UpM disse que esta conferência vai ser um espaço de partilha de experiências dos diferentes países, para perceber o que cada um conseguiu fazer no último ano, desde a adesão à declaração, e avaliar o que ainda falta fazer.

Laurence Païs apontou que há falta de informação estatística e que espera que no decorrer dos trabalhos em Lisboa seja possível estabelecer uma metodologia comum, com critérios objectivos, que todos os países têm de cumprir para a elaboração do próximo relatório. "Vamos trabalhar com os países para ajudá-los e, se necessário, acompanhá-los, para termos verdadeiros dados estatísticos e não apenas informação dispersa", referiu a responsável.

Indicadores comuns a diferentes países

Depois da realização da conferência será feito um relatório sobre as apresentações e sobre o que tem de ser feito. Laurence Païs disse esperar que um dos principais resultados desta conferência seja a validação da metodologia, de modo a que os países a possam começar a aplicar nos próximos meses, mais tardar no próximo ano.

"A ver se temos indicadores comuns e validados, porque há diferenças entre os países e a ideia é ter um mecanismo comum aos 43 países", frisou.

Durante a conferência serão discutidos temas como o papel dos homens, do sector privado e dos media na alteração de estereótipos e barreiras sociais, formas de combater a violência de género, meios para capacitar mulheres em áreas rurais, o papel das mulheres nas ciências ou medidas para investir na saúde sexual e reprodutiva.

Paralelamente, vão decorrer eventos sobre projectos de cooperação regional, um fórum de empresárias e sessões de diálogo sobre políticas entre representantes da UpM.

A sessão inaugural, no dia 10 de Outubro, conta com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a presidente de Malta, Marie-Louise Coleiro Preca, além da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, e a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro

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