Líder da IURD diz que vai votar em Bolsonaro

O influente Edir Macedo anunciou que apoia o candidato da extrema-direita e o partido próximo da IURD pondera apoiá-lo oficialmente na segunda volta.

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Bolsonaro pode contar com o voto do influente Edir Macedo Reuters/Reuters Photographer

Depois de um fim-de-semana marcado por grandes manifestações por todo o Brasil contra a sua candidatura, Jair Bolsonaro recebeu um apoio de peso. O fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, confirmou que irá apoiar o candidato de extrema-direita nas eleições presidenciais brasileiras, cuja primeira volta tem lugar domingo.

O apoio do influente bispo é considerado determinante para as aspirações de qualquer candidato. A IURD é uma das principais instituições religiosas no Brasil, com quase dois milhões de fiéis e templos em praticamente todo o país.

Nos últimos anos, a sua influência também se tem feito sentir na política. O Partido Republicano Brasileiro (PRB), criado em 2003, é o principal braço político da IURD e conta com uma bancada de 26 deputados federais, que estão na base da chamada “bancada evangélica”, um grupo de deputados que geralmente vota em conjunto certas matérias relacionadas com a religião ou os costumes sociais.

Entre as principais vitórias eleitorais do PRB está a eleição do pastor evangélico Marcelo Crivella como presidente da câmara do Rio de Janeiro, em 2016. Ao todo, há mais de cem “prefeitos” associados ao partido.

Macedo ainda não tinha revelado em que iria votar, mas no domingo, um seguidor na sua página de Facebook perguntou-lhe directamente – e o bispo respondeu apenas “Bolsonaro”. Nas últimas eleições, o apoio do líder da IURD foi para Dilma Rousseff, candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O PRB chegou a integrar os governos do PT, mas os seus deputados votaram a favor da destituição da Presidente.

Oficialmente, o PRB faz parte da coligação que apoia a candidatura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas à medida que se torna mais evidente que Alckmin tem hipóteses muito reduzidas de disputar a segunda volta – a 28 de Outubro; as sondagens não lhe atribuem mais do que 10% das intenções de voto – o partido começa a fazer outros cálculos.

Num cenário em que a segunda volta seja disputada entre Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando Haddad, – previsto pelas sondagens mais recentes – o PRB deverá manifestar apoio no candidato de extrema-direita, segundo a edição online do jornal Estado de São Paulo, que cita fontes do partido.

A IURD, por seu turno, mantém-se oficialmente neutra, mas os seus bispos incentivam “todos os cristãos, de todas as denominações, a escolherem candidatos comprometidos com os valores da família e da fé”, diz o Estadão.

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