Bilhetes impulsionam receita do Metro de Lisboa

Empresa subiu as vendas e desceu prejuízos no ano passado. Terminais de fiscalização de fraude estiveram sem funcionar durante 11 meses.

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Margarida Basto

As receitas do Metropolitano de Lisboa com a venda de títulos de transporte subiram 6,6% no ano passado, para 98,8 milhões de euros (sem IVA), de acordo com o relatório e contas da empresa disponibilizado esta sexta-feira.

O maior contributo veio dos bilhetes ocasionais, que cresceram 9,7% (ou 4,7 milhões de euros), para 53,2 milhões, à boleia de tendências como o aumento do turismo (a emissão de um cartão de viagem, recarregável, tem custo acrescido ao da viagem). Os passes também viveram um comportamento positivo, mas inferior, ao subir 3,3% para 45,6 milhões de euros. Ao todo (incluindo outros segmentos de negócio e comparticipações), a empresa de transportes do Estado teve um volume de negócios de 109,4 milhões de euros (mais 8,1 milhões do que em 2016).

O metro não conseguiu escapar aos prejuízos, que se fixaram nos 24,5 milhões de euros, devido, segundo a empresa, ao endividamento e “respectivos custos financeiros”. Só no ano passado foram pagos 163,4 milhões de euros em juros, mais 40% do que no ano anterior, tendo para isso contribuído a retoma, após um contencioso, dos pagamentos ao Santander por causa dos contratos SWAP. No período em análise, a transportadora recebeu 252 milhões de euros em financiamentos, incluindo-se aumentos de capital do Estado de 192 milhões.

Em termos de passageiros, com títulos pagos, o metro foi responsável por 146,8 milhões de viagens, o que representa uma subida de 4,8%. Na rubrica de “transporte gratuito e fraude” a subida foi de 11,3%, para 14,6 milhões, levando o total para 161,5 milhões (+5,4%). Neste período, os passes Navegante Urbano e Rede para crianças passaram a ser gratuitos. 

Já a taxa de fraude foi estimada em 6,73%, mantendo-se igual à de 2016, mas “por estimativa”. Isto porque, diz o relatório, durante o ano passado a informação “não pôde ser aferida devido à inoperacionalidade dos terminais de fiscalização”. Esta falha ocorreu entre Janeiro e Novembro, “altura em que foram substituídos por novos equipamentos”. Mesmo assim, refere-se que houve um aumento de 11,1% do número de coimas, “apesar do reduzido número de efectivos nas equipas de fiscalização”. Entre os objectivos da empresa está o desenvolvimento de “sistemas de pagamento de títulos de transporte universais”, como a “possibilidade de utilização do cartão multibanco nos canais de acesso à rede”.

Ao nível das reclamações estas subiram 2,7%, com 6313 processos de reclamação, facto que está “muito ligado com a crescente insatisfação relativa à regularidade e frequência na circulação de comboios”. Esta é uma situação que a empresa liderada por Vítor Santos diz estar “empenhada em resolver” este ano, tendo recentemente lançado um concurso para a aquisição de novas carruagens. 

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