Quer conhecer o trabalho dos cientistas? Vem aí a Noite Europeia dos Investigadores

Degustar morangos irradiados e não irradiados ou ouvir uma harpa que funciona com laser são algumas actividades para a noite de sexta-feira.

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César Garcia

Está quase a chegar a noite em que todos podemos ficar a conhecer o trabalho dos investigadores. A Noite Europeia dos Investigadores acontece já na próxima sexta-feira em Lisboa, no Porto e noutras cidades portuguesas.

O tema desta noite em Lisboa é a Ciência na Cidade. Os investigadores foram assim desafiados a desenvolver actividades “que demonstrem o papel da ciência para responder aos principais desafios para as metrópoles do futuro”, lê-se num comunicado do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-ULisboa), que este ano organiza o evento na capital portuguesa.

Haverá 116 actividades propostas por mais de 70 instituições científicas que decorrerão entre o MUHNAC e o Jardim do Príncipe Real das 18h às 24h. “Durante uma noite o público é, assim, convidado a conhecer projectos científicos e a interagir com os cientistas que procuram responder às principais preocupações das comunidades urbanas relacionadas com as alterações globais previstas para as próximas décadas, destacando a relevância da ciência para a sustentabilidade das cidades do futuro e para a preservação do património cultural”, refere-se no comunicado.

E quais são as actividades? Poderá degustar morangos irradiados e não irradiados; ficar a saber por que é que a NASA estuda a água mineral de Cabeço de Vide; perceber como se estudam as migrações dos peixes; construir cidades sustentáveis; conhecer os perigos que afectam os sítios arqueológicos; saber como os fósseis dos dinossauros são extraídos das rochas; entre outras actividades que podem ser consultadas aqui.

O consórcio Ciência na Cidade tem como responsável Raquel Barata, que coordena o serviço educativo dos museus da Universidade de Lisboa. Os parceiros deste consórcio são a Escola de Ciências da Universidade do Minho (que também organiza actividades em Braga), a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Évora, o Instituto Universitário de Lisboa, a Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Estoril e a Câmara Municipal de Lisboa. 

O Jardim Botânico de Coimbra, o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra, o Museu Nacional Machado de Castro (também em Coimbra), o Observatório do Lago Alqueva (Reguengos de Monsaraz) e o município da Figueira da Foz também se associaram à iniciativa e farão actividades nas suas localidades.

Guerra das Estrelas no Porto

O Porto também recebe este evento, uma iniciativa que visa sensibilizar a população para a inovação, a ciência e para a “sustentabilidade do planeta”, referiu à agência Lusa Joana Soares, responsável do evento na cidade.

Joana Soares afirmou que o tema desta edição, o Science Wars, em que a ciência “personifica a actual luta pela sustentabilidade”, vai permitir “que as famílias ponham a mão na massa da inovação e da ciência” nas mais diferentes actividades, supervisionadas por cerca de 30 investigadores.

“Queremos atrair as famílias e os jovens a saberem mais sobre investigação e desenvolvimento, inclusivamente, gostávamos com esta iniciativa fazer com que os jovens quisessem, posteriormente, ser investigadores”, frisou.

Uma das actividades será uma harpa que funciona a laser. “Vamos ter uma harpa que funciona por raios laser, onde o som apenas surge através da obstrução dos raios. Esta harpa vai estar num recanto escuro do evento, iluminada apenas pelos lasers, criando um ambiente galáctico”, disse a responsável.

Para além da harpa, os visitantes vão poder experimentar “fazer música” na Digital Music Box, simular o uso de robôs, e “pôr as mãos na massa” nas diferentes oficinas da iniciativa. “Os visitantes são ainda convidados a participar nas experiências de criação e de construção de sabres de luz [arma de energia ficcional usada na saga Guerra das Estrelas], fazendo a junção entre o conceito de ciência e de Science Wars, usando a ciência pela sustentabilidade do planeta”, explicou.

Segundo Joana Soares, a iniciativa conta ainda com a exibição dos dois projectos dos jovens investigadores que representaram Portugal no Concurso Europeu de Ciência, assim como duas conferências dedicadas à astrofísica, uma sobre “a poluição luminosa” e outra sobre “a exploração espacial”. 

A iniciativa, que tem entrada livre, decorre na sexta-feira no Palácio das Artes no Porto e durante o fim-de-semana no Parque do Museu de Serralves. E toda a programação pode ser consultada aqui

Nessa noite, também os arquipélagos da Macaronésia – Açores, Madeira e Canárias – se juntam a esta iniciativa. Haverá actividades em Tenerife, Grã Canária, São Miguel e no Funchal.

A noite europeia dos investigadores é uma iniciativa promovida pela Comissão Europeia e decorre em mais de 300 cidades em simultâneo.

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