Costa pede para que não se valorize “sistematicamente” a extrema-direita na UE

Primeiro-ministro responsabilizou os políticos e a comunicação social por promoverem indevidamente a extrema-direita.

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EPA/CHRISTIAN BRUNA

O primeiro-ministro, António Costa, responsabilizou nesta quinta-feira os políticos e a comunicação social por promoverem indevidamente a extrema-direita, salientando que estes partidos têm sido sucessivamente derrotados nas eleições dentro da União Europeia (UE).

“Uma das coisas que todos nós democratas, quer os que fazem políticas, quer os responsáveis da comunicação social, devíamos reflectir se não promovemos indevidamente quem não merece ser promovido e apresentamos como uma grande ameaça quem é uma ameaça relativamente contida”, criticou.

O primeiro-ministro português respondia a uma questão sobre o crescimento da representatividade de partidos de extrema-direita na UE, à saída da reunião informal de chefes de Estado e de governo que decorreu esta quinta-feira em Salzburgo, na Áustria.

“Nós não devemos andar sistematicamente a valorizar os extremistas, involuntariamente andar a fazer a sua promoção. Efectivamente, o que devemos registar é que em todas as eleições decisivas a extrema-direita foi derrotada. Foi derrotada em França, foi derrotada na Suécia. Tem sido derrotada em todo o sítio. E, mesmo quando, fruto de negociações internas em alguns países, têm conseguido chegar ao governo, não deixam de ser extrema-direita e têm de ser tratadas como tal”, defendeu.

António Costa considerou “absolutamente extraordinária” a cobertura mediática dada ao partido Democratas da Suécia nas eleições daquele país.

“Quem estiver menos atento até pensa que a extrema-direita ganhou. Foram os sociais-democratas, em segundo lugar os conservadores, e a extrema-direita ficou em terceiro lugar. Não obstante, quando se olhava para a Euronews, o que se via era sistematicamente a sede da extrema-direita”, exemplificou.

A questão colocada ao primeiro-ministro português enquadra-se no peso crescente dos movimentos populistas e nacionalistas a nível comunitário, a escassos oito meses das eleições europeias.

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