Tripulantes de cabine da Ryanair em greve a 28 de Setembro

Protesto junta trabalhadores de cinco países, entre eles Portugal. Exigem que a companhia aérea siga as leis nacionais — e não a irlandesa.

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Trabalhadores da Bélgica, Holanda, Itália, Espanha e Portugal farão greve LUSA/STEPHANIE LECOCQ

Os tripulantes da transportadora aérea Ryanair de cinco países, incluindo Portugal, vão fazer greve a 28 de Setembro, foi anunciado esta quinta-feira numa conferência de imprensa de vários sindicatos europeus, em Bruxelas.

Ao protesto vão juntar-se trabalhadores da Bélgica, Holanda, Itália, Espanha e Portugal.

À tarde, os responsáveis sindicais vão reunir-se com os chefes de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e da comissária do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade dos Trabalhadores, Marianne Thyssen.

No dia 7 de Setembro, sindicatos europeus, incluindo o português Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), anunciaram que iriam avançar com uma greve ao trabalho na Ryanair.

A greve está a ser convocada por dois sindicatos italianos, o SNPVAC, uma estrutura sindical belga, duas espanholas e uma holandesa.

Em cima da mesa está, nomeadamente, a exigência para que os contratos de trabalho da Ryanair sejam feitos segundo a lei laboral nacional de cada país, e não a irlandesa, que tem sido a usada pelo grupo.

Ryanair nega caos

A Ryanair recusou que a greve marcada provocará "caos" na companhia, visto ter "experiência" a lidar com estas paralisações e esperar que "a maioria" destes funcionários trabalhe. "A Ryanair rejeitou hoje as falsas alegações do sindicato belga CNE, de que a greve marcada pela minoria dos tripulantes de cabine da empresa causará o caos nos nossos voos", indica a empresa em comunicado.

Na nota à imprensa, a transportadora lembra "a sua experiência" em paralisações recentes, nomeadamente os cinco dias de greve, não consecutivos, dos pilotos irlandeses durante o verão. "Em cada um desses dias, a Ryanair realizou 280 dos 300 voos previstos de e para a Irlanda", aponta a companhia, explicando que isso foi possível porque "75% dos pilotos irlandeses trabalhou normalmente".

O mesmo verificou-se esta quarta-feira, na Alemanha, visto que, apesar da greve, "mais de 70% dos pilotos e tripulantes alemães da Ryanair trabalharam", permitindo a realização de 250 de um total de 400 voos diários (número que já tem conta os 150 voos que haviam sido cancelados previamente).

É isso que a companhia considera que vai voltar a acontecer no dia 28 de Setembro: "A Ryanair julga que, mesmo que a greve limite a tripulação de cabine, a grande maioria [...] em toda a Europa deverá trabalhar normalmente".

A expectativa da transportadora é ainda que "uma maioria significativa da sua tripulação de cabine em Espanha, Itália, Bélgica, Holanda e Portugal também trabalhe normalmente, como aconteceu em paralisações anteriores". Se isso voltar a acontecer, "não haverá nenhum caos nas viagens nem interrupções generalizadas", garante.

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