Autora de Como Matar o Seu Marido é suspeita de matar o marido

Norte-americana de 68 anos escrevia livros sobre homicídios conjugais e casamentos falhados. É agora a principal suspeita da morte do marido.

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Fotografia da suspeita no momento da detenção DR

Nancy Crampton Brophy escrevia livros sobre relações que correm mal entre “homens robustos e mulheres fortes”, como descrevia a própria autora. Em Como Matar o Seu Marido, a norte-americana de 68 anos tece um ensaio sobre como é que uma mulher pode matar o marido sem ser descoberta: Contratar um assassino profissional ou agir sozinha? Que armas usar? Tudo isto num universo supostamente ficcionado. Mas as descrições eram muito detalhadas e os sinais de alerta somavam-se. E foi detida a 5 de Setembro pelas autoridades norte-americanas como a principal suspeita pelo homicídio do marido.

Daniel C. Brophy tinha 63 anos quando, a 2 de Junho, foi encontrado baleado na escola de culinária onde era professor em Portland, estado norte-americano do Oregon. Acabou por não resistir aos ferimentos. Daniel estava casado com Nancy há 27 anos, numa relação que a escritora descrevia como “de mais momentos bons do que maus”. Os colegas e alunos da vítima recordam-no como uma “enciclopédia de conhecimento”, um professor detentor de uma “abordagem criativa de ensino” e um “excelente sentido de humor”.

Humor negro era também atribuído à mulher de Daniel que, através das redes sociais, falava do casamento num tom satírico que parecia divertir os seus leitores e seguidores, como relata o Washington Post. Em 2011, por exemplo, partilhou os votos de casamento e escreveu que a união não iria “acabar em divórcio”. “No entanto, sublinho, não excluímos um episódio trágico como um tiro seguido de fuga ou um acidente suspeito”.

As autoridades norte-americanas acreditam que Nancy terá usado a arma do marido para cometer o crime, seguindo um dos métodos que a própria descreve no ensaio do livro Como Matar o Seu Marido. Nele, Nancy aconselha a não recorrer a um assassino profissional, porque “acabam por contar tudo à polícia”, e a não pedir ajuda ao amante — “nunca é uma boa ideia”. “[Usar] veneno também não, porque é possível identificar a sua origem”, acrescentava.

Numa publicação feita no seu Facebook e entretanto já colocada em estado privado, Nancy Crampton Brophy argumentava: “Se é suposto o homicídio libertar-me, de certeza que não quero acabar na prisão”, cita o Washington Post.

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