Eis o mapa mais detalhado da Antárctida

“Até agora, tínhamos um mapa mais detalhado de Marte do que da Antárctida”, disse um dos cientistas que elaborou o mapa.

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O novo mapa Agência Nacional de Informação Geoespacial

Mesmo que nunca tenhamos visitado a Antárctida, agora já podemos ver este continente longínquo à lupa. Afinal, uma equipa de cientistas anunciou que foi feito o mapa mais detalhado da superfície deste continente. Chama-se Modelo Referencial de Altitude da Antárctida (Reference Elevation Model of Antarctica – REMA) e pode ser importante para entendermos melhor as perdas de gelo.

Para conceber este mapa, os cientistas usaram dados de vários satélites que orbitam a Terra. Esses dados foram fornecidos pela Agência Nacional de Informação Geoespacial, que faz parte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Ao todo, a equipa usou 187.585 imagens compiladas ao longo de seis anos. E como as imagens eram muito pormenorizadas, os cientistas tiveram de reunir os dados em supercomputadores muito potentes.

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O novo mapa pode contribuir para monitorizar o efeito das alterações climáticas sobre o gelo Agência Nacional de Informação Geoespacial

Agora, com este novo mapa, é possível ver detalhadamente zonas tão pequenas quanto o tamanho de um carro, refere o jornal norte-americano The New York Times.  

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Plataforma Larsen C, onde se desprendeu um imenso icebergue em 2017 Agência Nacional de Informação Geoespacial

Este mapa tem uma resolução de oito metros de 98% da massa terrestre da Antárctida. “Isto significa que os investigadores sabem agora a altura de todas as montanhas e do gelo em toda a Antárctida dentro de poucos metros”, lê-se num comunicado da Universidade do Minnesota (EUA), que também teve cientistas envolvidos no projecto.

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Glaciar Mulock Agência Nacional de Informação Geoespacial

Antes, os mapas da Antárctica tinham resoluções mais baixas. “É como se precisasse de uns óculos para poder ver. Ao colocá-los [agora] pela primeira vez deixa de estar quase cego e passa a ter uma vista perfeita”, disse Ian Howat, principal investigador do projecto e da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, ao The New York Times. “Até agora, tínhamos um mapa mais detalhado de Marte do que da Antárctida.”

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Vulcões na Antárctida Ocidental Agência Nacional de Informação Geoespacial

Os dados deste mapa permitirão uma melhor monitorização dos efeitos das alterações climáticas sobre o gelo, por exemplo. Paul Morin, da Universidade do Minnesota e um dos cientistas que realizou o mapa, frisa: “Considerando que a Antárctida é um dos lugares mais remotos do planeta, agora temos um modelo topográfico incrível para medições futuras.”

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