O cinema de viagens vai tomar conta do mercado de Matosinhos

II Mostra de Cinema de Viagens e Aventura regressa ao Mercado de Matosinhos na próxima quinta-feira, 13. Durante três noites, as bancas das peixeiras cedem o protagonismo à exibição de mais de 20 filmes e documentários.

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Tiago Costa
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O teste foi feito no ano passado, quando, de forma algo temerária, a agência de viagens Nomad organizou no Mercado de Matosinhos a primeira Mostra de Cinema de Viagens e Aventura. A agência tinha aberto uns meses antes naquele edifício o Manifesto, um quiosque com uma galeria dedicada à fotografia documental, mas não foi para esse espaço que convocou a mostra, organizando as projecções de filmes bem no meio das bancadas onde durante o dia se vendia peixe.

O teste foi passado com distinção, todas as cadeiras foram poucas e ficou muita gente de pé: durante os três dias passaram mais de mil pessoas pelo mercado de Matosinhos. Este ano, Tiago Costa, da organização da mostra, acredita que vão ser muitas mais. E não é só porque no edifício do mercado, classificado como património municipal, cabe sempre mais um. É também porque o programa foi alargado, há convocatórias para debate e há convidados de peso, entre eles o produtor e jornalista John Harris, criador da série Vox Borders, nomeado por duas vezes para os Emmy na categoria de Vídeo Jornalismo.

A II Mostra de Cinema de Viagens e Aventura, organizada pela Nomad e pela Câmara de Matosinhos, vai levar à tela mais de 20 filmes, que serão projectados durante três dias, sempre às 21h30, e com entrada gratuita.

Arranca na próxima quinta-feira, dia 13, para o qual está agendado o filme mais longo do evento (90 minutos). Trata-se de um documentário que foi responsável por sessões esgotadas no Cinema São Jorge , em Lisboa, mas que se estreia a Norte: o filme Movement – a Journey into Creative Lives, de Tobias Ilsanker e Philip Zylla, com narração de Francisco Cipriano, e que documenta uma viagem a Portugal, continental e insular, e às suas costas e tradições.

Se este ano a projecção de filmes se mantém entre as bancas das peixeiras, a Mostra de Cinema traz várias novidades. Entre elas um debate sobre o impacto da construção de barragens na destruição de rios selvagens e habitats naturais, organizada pelo Rios Livres, um projecto da associação GEOTA, e a Surfrider Foundation. O debate está marcado para sábado à tarde, no Manifesto, e está enquadrado pela exibição na mostra do filme Blue Heart, um documentário com a assinatura da Patagonia, que chama a atenção para as consequências ambientais da construção de barragens nos Balcãs.

Haverá ainda lugar para uma palestra de John Harris que, antes do arranque das exibições de sábado, vai partilhar a sua experiência como repórter e falar sobre o poder do vídeo para explicar pontes entre culturas. A palestra começa às 20h30, e a exibição de documentários como o Blue Heart (42 minutos) e o vídeo de Harris na serie Vox Borders sobre o Mustang (13 minutos), um território do Nepal que faz fronteira com a China, arranca às 21h30. No final de tudo há uma festa no Manifesto.

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