Kim Jong-un e Presidente sul-coreano discutem desnuclearização em Pyongyang

Moon Jae-in vai à capital da Coreia do Norte a 18 de Setembro. Kim Jong-un queixa-se da falta de reconhecimento da comunidade internacional em relação aos esforços do regime para pôr termo aos ensaios balísticos e nucleares.

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Uma delegação sul-coreana esteve esta quarta-feira em Pyongyang, com Kim Jong-un, para preparar o encontro entre os dois chefes de Estado Reuters/HANDOUT

As duas Coreias vão retomar as negociações para a desnuclearização do Norte. Uma reunião entre os líderes dos dois países está agendada para 18 de Setembro, na capital norte-coreana, e deve prolongar-se por dois dias.

Será o terceiro encontro entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, no âmbito de um recente processo de aproximação entre Seul e Pyongyang.

O agendamento da reunião foi confirmado pelo enviado presidencial sul-coreano Chung Eui-yong, que chefiou uma delegação sul-coreana que esteve esta quarta-feira em Pyongyang. A comitiva de 11 membros foi recebida na capital norte-coreana por Ri Son Gwon, um responsável do regime para as negociações fronteiriças.

“O líder Kim Jong-un reafirmou o seu firme compromisso em concluir a desnuclearização da península coreana e expressou sua disposição de cooperar estreitamente não apenas com a Coreia do Sul, mas também com os EUA", afirmou o enviado sul-coreano, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Em Junho, o Presidente norte-americano Donald Trump reuniu-se com Kim Jong-un em Singapura, onde se comprometeu a suspender os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, mas o acordo assinado pelos dois líderes era parco em garantias concretas. O diálogo entre Washington e Pyongyang foi entretanto suspenso, depois de Trump ter cancelado uma visita do seu secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à Coreia do Norte, perante dúvidas sobre o grau de compromisso do regime em relação ao que fora acordado em Singapura.

Na quarta-feira, e segundo Chung Eui-yong, o líder norte-coreano terá lamentado o facto de a comunidade internacional não ter “apreciado os passos dados pela Coreia do Norte” para pôr termo aos seus ensaios balísticos e testes nucleares.

Antes do primeiro encontro entre os dois actuais chefes de Estado da Península Coreana, em Abril, foi a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, que entregou em mãos o convite ao líder sul-coreano, tornando-se na primeira representante da dinastia Kim a atravessar a linha que divide a Coreia desde 1950. Os dois países continuam oficialmente em conflito, uma vez que o armistício de 1953 nunca foi seguido pela assinatura de um tratado de paz.

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