Um dos maiores sindicatos britânicos defende referendo ao acordo do "Brexit"

O GMB, que representa trabalhadores do retalho, energia, serviços públicos e transportes, receia que o "Brexit" provoque um "caos económico" ou ponha em causa postos de trabalho e direitos laborais.

Foto
TOBY MELVILLE/REUTERS

O GMB, um dos maiores sindicatos britânicos, deu nesta terça-feira o seu apoio à campanha para a realização de um referendo ao acordo final do "Brexit", com o argumento de que "há muita coisa em jogo", anunciou o secretário-geral, Tim Roache.

"Olhar para a barafunda que este Governo está a fazer sobre o 'Brexit' é exasperante, porque há muita coisa em jogo", afirmou numa mensagem vídeo.

Garantindo que o GMB "respeita os resultados do referendo" de Junho de 2016, no qual 52% dos eleitores votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, considera que a decisão de como o país sai é tão importante como a que foi tomada inicialmente.

Roache considera que as promessas feitas durante a campanha para o referendo sobre a saída não correspondem à realidade em causa e mostra preocupação com as divisões no próprio Governo conservador de Theresa May.

"Enquanto sindicalistas, quando negociamos um acordo salarial com as empresas, voltamos a perguntar aos nossos membros se concordam, se querem aceitá-lo ou rejeitá-lo", vincou.

O sindicato GMB, que tem cerca de 639 mil membros em áreas como o retalho, energia, serviços públicos ou transportes, receia que o "Brexit" provoque um "caos económico" ou ponha em causa postos de trabalho e direitos laborais.

Uma sondagem a dez mil pessoas, realizada pela empresa YouGov, divulgada em Agosto, indicava que 50% dos britânicos são favoráveis a um referendo sobre o acordo do "Brexit", enquanto 34% são contra.

A campanha pelo chamado "People's Vote" recebou donativos significativos de empresários como um milhão de libras (1,1 milhões de euros) do co-fundador da Superdry, Julian Dunkerton, e meio milhão de libras (555 milhões de euros) do bilionário filantropo George Soros.

A ex-ministra de Educação e deputada conservadora Justine Greening e os trabalhistas Chuka Umunna e Tony Blair (ex-primeiro-ministro) são alguns dos políticos que apoiam um segundo referendo, que faz parte do programa dos Liberais Democratas e do Partido Verde.

As negociações sobre o "Brexit" e a futura relação entre o bloco de 27 países e o Reino Unido continuam num impasse, devido ao desacordo sobre a forma como vão ser feitas as trocas comerciais, em particular entre a fronteira da República da Irlanda, parte da UE, e da Irlanda do Norte, território britânico.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários