Autoridades procuram fugitivos de embarcação ilegal encalhada em zona infestada por crocodilos

Caso estará ligado a tráfico de seres humanos. Autoridades já prenderam 15 pessoas e dizem que pode haver mais gente escondida nos mangais, numa zona habitada por crocodilos de água salgada.

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LUSA/BRIAN CASSEY

As autoridades australianas detiveram 15 pessoas que tinham fugido de uma embarcação ilegal que encalhou no domingo na zona de Daintree, em Queensland, Austrália, e continuam à procura dos restantes passageiros que poderão ter fugido para uma zona de mangais infestada por crocodilos de água salgada.

No domingo, os residentes lançaram o alerta depois de detectarem o barco encalhado na zona de Daintree, em Queensland, Austrália, e de terem visto os seus passageiros a fugir para uma praia numa zona remota, onde desagua o rio Daintree, relata o The Guardian.

O número de pessoas a bordo do barco, que as autoridades descreveram como uma embarcação de pesca ilegal, é incerto.

A Austrália monitoriza rigorosamente os navios que entram nas suas águas, o que significa que as chegadas irregulares geralmente são interceptadas antes da chegada a terra, explica a BBC. "Claramente houve um fracasso porque a vigilância não funcionou como deveria ao não identificar esta embarcação", disse Peter Dutton aos meios de comunicação esta segunda-feira.

No passado, a Austrália já enviou requerentes de asilo que chegam de barco a centros de processamento em Nauru e à ilha de Manus, na Papuásia-Nova Guiné. Steve Ciobo, um membro do governo australiano, disse à Sky News Austrália que essas pessoas "devem ser enviadas para Nauru ou para algum sítio fora da Austrália".

"Desconhecemos se atravessaram mesmo os mangais. Esperemos que não, mas não sabemos", disse Julia Leu, mayor em Douglas Shire (entidade administrativa onde se insere Daintree). Os fugitivos "estão a colocar-se em risco ao fugir para uma zona que se sabe que é habitada por crocodilos", disse a responsável. 

Este será o primeiro barco associado ao tráfico de seres humanos a chegar à Austrália "em mais de 1400 dias", contabilizou o ministro da Administração Interna australiano, Peter Dutton, citado pela BBC.

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