Clássico sem Jonas e Bas Dost e com “novidades” nas balizas

Treinador do Benfica relativiza timing do derby, mas sugere reflexão em nome do superior interesse do futebol português.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Sem lugar a subterfúgios nem especulações, Rui Vitória e José Peseiro confirmaram, nas respectivas conferências de antevisão do clássico Benfica-Sporting, da 3.ª jornada da Liga, no Estádio da Luz (sábado, 19h, BTV), as ausências de Jonas e Bas Dost, as duas grandes referências do ataque de “águias” e “leões”.

Apesar da dupla baixa, os técnicos apenas lamentam o facto de ser o próprio derby a sofrer com a ausência dos goleadores, uma vez que as equipas estão — garantem — preparadas para compensar uma lacuna que, em teoria, apenas beneficia o bem-estar dos guarda-redes... que, por seu lado, oferecem uma nova perspectiva das duas balizas.

Sem Rui Patrício nas redes dos “leões” (que têm Viviano lesionado e apresentarão Salin) e com Vlachodimos a titular entre os postes benfiquistas (na época passada alinhou Bruno Varela), os opostos parecem atrair-se num jogo lançado em diferentes bases do de 2017-18. Um jogo que o calendário precipitou, suscitando reparos de Rui Vitória, que para além de Jonas também não conta com Castillo no ataque a um Sporting renascido. 

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“O sorteio ditou assim e para nós é como se fosse noutra jornada qualquer. Jogaremos com a mesma determinação, como em qualquer outra circunstância. É mais um jogo e mais um derby”, declarou Rui Vitória, com um reparo. “Se me perguntarem se esta sequência de jogos é a mais aconselhável... Se calhar, não. Mas o sorteio ditou-o e cá estamos... prontos”, prosseguiu, introduzindo a questão dos superiores interesses do futebol português, a justificar outra visão.

“O futebol português deve ter alguma atenção a quem o representa internacionalmente. É fundamental criar as melhores condições para representarmos o país. Só pergunto se foi tudo pensado. O Sp. Braga teve o compromisso na Liga Europa e logo a seguir uma viagem aos Açores. Refiro o Sp. Braga, mas podia falar no Rio Ave. Isto tem a ver com a representação do futebol português, não com o Benfica. É preciso ver um bocadinho de fora, de uma forma superior”, insistiu, sugerindo uma reflexão profunda.

“Três pontos que valem mais”

Sobre o Sporting, Rui Vitória antecipa um “jogo muito interessante”, do género que “todos gostam de disputar, com um adversário difícil, de qualidade”. “Mas sem qualquer drama”, respondeu, contornando a questão relativa à ausência de Jorge Jesus e às mudanças na forma de jogar do rival.

“Olho para as equipas, para as virtudes e lacunas, da mesma forma que os outros olham para nós. José Peseiro? Somos amigos, damo-nos muito bem”, resumiu, confirmando as ausências de Jonas e Castillo, baixas importantes no ataque, à imagem do que sucede com Bas Dost na convocatória dos “leões”. 

“As ausências das outras equipas não me preocupam. É pena para o espectáculo. Gostava de ter todos disponíveis. Fragilidade do Sporting? Jamais pensarei dessa forma. O Sporting formou grande equipa e é um candidato... e vai continuar a ser. Temos que olhar com respeito para um adversário que nos quer abater”, concluiu, afastando-se da questão em torno da contratação de Gabriel, médio do Leganés.

Instantes antes, José Peseiro confirmara a baixa de Bas Dost, que não incluiu na convocatória, e que acabou por dominar a conferência de imprensa do técnico. “Não vai estar presente. Temos alternativas. A equipa confia e os adeptos também”, retorquiu. Além da indisponibilidade do holandês, o sucessor de Jorge Jesus confirmou que os dois reforços mais recentes também não estão ainda aptos. “Há um mês que não têm competição e não vão ser convocados”, respondeu a propósito do avançado maliano Diaby e do médio sérvio Gudelj.

Peseiro foi, de resto, curto mas objectivo nas respostas, depois de valorizar o duelo dos rivais lisboetas. “Sabemos a responsabilidade que é jogar um derby desta dimensão. São três pontos que valem muito mais, pelo que representa este jogo em termos históricos. Também sabemos como é difícil ganhar na Luz”, continuou, desvalorizando o debate em torno do maior desgaste do plantel do Benfica, devido ao envolvimento precoce nas competições europeias.

“A única coisa que tem de estar na nossa mente é que o jogo são 90 minutos. Isso pouco vai decidir. São factores que influenciam menos do que aquilo que vocês possam reproduzir. Ninguém vai para o campo sabendo quantos minutos jogou ou não”, vincou.

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