Garantidos 50 milhões de euros para pôr empresas e universidades a investigar

FCT aprovou mais 14 projectos de laboratórios colaborativos, que têm financiamento garantido nos próximos cinco anos. Ao todo são 20, um pouco por todo o país.

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Maior projecto com apoios é o do CemLAB: Tecnologias sustentáveis de cimentos para a construção Rui Gaudêncio

Nos próximos cinco anos, haverá 20 projectos de investigação a ser desenvolvidos, um pouco por todo o país, fruto de colaborações entre empresas, autarquias e instituições de ensino superior. São os novos laboratórios colaborativos criados pelo Governo e que têm garantidos 50 milhões de euros de financiamento público. O valor final do investimento nestas iniciativas científicas será o triplo deste por via do investimento privado e de fundos comunitários.

A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que é a entidade que gere o programa de apoios aos laboratórios colaborativos, acaba de aprovar 14 novas candidaturas, que se juntam às seis cujo resultado positivo já tinha sido anunciado em Novembro. São ao todo 20 projectos, um número que é “bastante superior ao que estava à espera”, confessa o ministro da Ciência, Manuel Heitor.

Ao PÚBLICO, o governante sublinha também a “diversidade territorial” das propostas que vão ser apoiadas, mostrando que há investigação a ser feita em Portugal “muito para além de Lisboa e do Porto”.

Na primeira selecção encontravam-se projectos de base regional como o Vines&Wines – Agricultura de precisão no vinho e na vinha do Douro, com sede em Vila Real, o MORE – Investigação e Culturas de montanha em Trás-os-Montes, em Bragança, e o GreenCoLAB, sobre processamento de algas no Algarve.

Já tinham tido luz verde também projectos de âmbito nacional como o DTx, centrado na transformação digital na indústria. É liderado pela Universidade do Minho e tem como parceiros, entre outros, a Universidade de Évora e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia e as empresas Bosch, Embraer ou IKEA. Na mesma altura foi aprovada o plano do Atlantic, um projecto que aposta na interacção entre espaço, oceano e clima para o Atlântico – tem sede em Peniche e vários pólos no país. Tem como proponente uma universidade, a de Lisboa, através do Instituto Superior Técnico, e parceiros como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera ou a EDP.

A lógica de colaboração entre instituições de ensino superior, empresas e outras instituições mantém-se nos 14 projectos agora aprovados, bem como a conjugação entre iniciativas de âmbito nacional e regional.

Projectos nacionais em maioria

Os projectos de âmbito nacional estão em maioria nesta segunda fase de aprovações – são nove – e entre eles encontram-se o CemLAB: Tecnologias sustentáveis de cimentos para a construção, que é liderado pela Associação Técnica da Industria de Cimento. É o maior dos laboratórios colaborativos que vão ser apoiados pela FCT, com um financiamento de 7,4 milhões de euros e a garantia de criação de 100 postos de trabalho.

Entre os projectos de âmbito regional validados agora pela fundação pública estão, por exemplo, o SFColab – agricultura inteligente no Oeste, liderado pela Câmara de Torres Vedras ou o InovPLant, Soluções inovadores de base biológica para a protecção de culturas e plantas, proposto pela Universidade Nova de Lisboa, mas com sede em Elvas.

Para a globalidade dos laboratórios colaborativos o Estado garante, através da FCT, um financiamento de 10 milhões de euros por ano, durante os próximos cinco anos. Os laboratórios apoiados têm que garantir os outros dois terços das verbas necessárias a cumprir o seu plano de negócios. Um terço tem que vir obrigatoriamente das empresa e o restante ser angariado em concursos competitivos, como os que são financiados por fundos comunitários, por exemplo.

A lógica é de “partilha de risco com o sector privado”, sublinha o ministro Manuel Heitor. Os 20 projectos com apoio já garantido têm um financiamento público global, para os próximos cinco anos, que vaira entre os 1,4 e 7,4 milhões de euros.

De acordo com o Ministério da Ciência, estes 20 laboratórios colaborativos vão criar mais de 780 empregos qualificados. Os números divulgados variam entre os 16 e os 100 investigadores por projecto.

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