Morreu Aretha Franklin, a rainha da soul

Conhecida por sucessos como Respect e (You make me feel like) a natural woman, era considerada uma das melhores cantoras de todos os tempos.

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No Caesars Palace, em Las Vegas, EUA, em 1969 Reuters
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O nome "Aretha" foi acrescentado esta quinta-feira à sinalética da estação Franklin Street, em Manhattan, Nova Iorque Reuters/SHANNON STAPLETON
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Aretha fotografada em Fevereiro de 2011 LUSA/JEFF KOWALSKY
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Aretha numa cerimónia de Natal em Nova Iorque, em 2009 EPA/PETER FOLEY
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Aretha numa cerimónia de Natal em Nova Iorque, em 2009 LUSA/PETER FOLEY
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No Caesars Palace, em Las Vegas, EUA, em 1969 Reuters
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No Caesars Palace, em Las Vegas, EUA, em 1969 Reuters
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Aretha Franklin cantou na tomada de posse do Presidente Barack Obama, em 2009 Reuters/JASON REED
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Actuação nas cerimónias fúnebres do cantor Luther Vandross, em 2005 Reuters/RAY STUBBLEBINE
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Num evento de solidariedade, em Nova Iorque, em 2011 Reuters/ERIC THAYER
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Num evento de solidariedade, em Nova Iorque, em 2011 Reuters/ERIC THAYER
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Barack Obama, Michelle Obama e Aretha Franklin numa cerimónia de evocação de Martin Luther King, em 2011 Reuters/LARRY DOWNING
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George W. Bush, então Presidente, entrega uma Medalha Presidencial da Liberdade a Aretha, na Casa Branca, em 2005 Reuters/JASON REED
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Nos bastidores de uma cerimónia do Rock and Roll Hall of Fame, em 2007 Reuters/BRENDAN MCDERMID
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Em concerto, em Detroit, no Michigan, em 2011 LUSA/JEFF KOWALSKY
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Numa cerimónia natalícia, perto da Casa Branca, em 2013 LUSA/MICHAEL REYNOLDS
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Aretha cantou no funeral de Rosa Parks, símbolo do movimento dos direitos civis, em Detroit, Michigan, em 2005 LUSA/JEFF KOWALSKY

É frequente a imprensa entusiasmar-se e chamar a esta ou àquela estrela em ascensão no espaço mediático, seja no top de vendas seja fora dele, princesa disto e rei daquilo. Mas, quando de trata de alguém com o talento de Aretha Franklin, não há exagero algum em usar a expressão “rainha da soul”. Escreva-se, por isso, que esta quinta-feira morreu a rainha da soul. Tinha 76 anos. A notícia foi avançada pela Associated Press, citando a agente da cantora.

Na segunda-feira, a agência de notícias Associated Press tinha já garantido que Aretha Franklin estava “seriamente doente”, citando uma fonte próxima e sem avançar quaisquer pormenores.

Desde 2010, ano em que lhe foi diagnosticado um cancro no pâncreas, que o estado de saúde de Franklin enfrentava altos e baixos, escrevia o diário britânico The Guardian. Depois de uma operação, a cantora foi sujeita a uma série de tratamentos que a fizeram perder muitos quilos, mas continuou a dar concertos.

No ano passado, mais debilitada, Franklin anunciou que se retirava dos palcos, embora mantivesse o seu trabalho de estúdio e estivesse disponível para uma ou outra actuação em eventos especiais. Foi o que aconteceu em Novembro, numa gala em que se celebravam os 25 anos da fundação de Elton John de luta contra a sida. Franklin fechou a noite em Nova Iorque com uma colecção de canções que incluiu I say a little prayer e Freeway. No mesmo mês lançou aquele que é, à data, o seu último álbum — A Brand New Me. Ficar em casa sem fazer nada, dizia, não estava nos seus planos.

Já este ano, e por ordem médica, cancelara duas destas actuações especiais: em Março, em Newark, na festa do seu 76.º aniversário; e em Abril, no New Orleans Jazz and Heritage Festival.

Com uma carreira com seis décadas que inclui 18 Grammys e sucessos como Respect, (You make me feel like) a natural woman, I say a little prayer, Think e Chain of fools, Aretha Franklin ficou também conhecida pelo seu activismo na defesa dos direitos civis. Em 1968 cantou no funeral de Martin Luther King, ícone da luta pela igualdade racial nos Estados Unidos, e em 2009 na tomada de posse de Barack Obama, o primeiro afro-americano a chegar a Presidente dos EUA. Obama dizia-se, aliás, um dos seus maiores fãs, e em 2015 foi dos que mais se comoveram com a actuação surpresa da cantora na gala anual do Kennedy Center.

Intérprete de excepção do gospel, do R&B e da soul, Franklin foi, em 1987, a primeira mulher a entrar no Rock & Roll Hall of Fame.

“Não creio que tenha conhecido alguém que possua um instrumento como o dela e que tenha um background tão rigoroso no gospel, no blues e no vocabulário essencial da música negra”, disse sobre Aretha Franklin Ahmet Ertegun, co-fundador da Atlantic Records, editora em que gravou muitas das suas melhores canções. “Ela foi abençoada com uma extraordinária combinação de uma sofisticação urbana notável com aquele feeling profundo do blues… O resultado é, talvez, a melhor cantora dos nossos tempos.”

Em 2008, a Rolling Stone, uma das revistas mais respeitadas na área da música, publicou a lista das 50 melhores vocalistas de sempre – Aretha Franklin ocupava o primeiro lugar, resultado da votação de um painel composto por 180 especialistas.

Na entrada que sobre ela se escreveu nesse número dedicado às melhores cantoras de todos os tempos podia ler-se: “Aretha é um presente de Deus. Quando se trata de dizer alguma coisa através de uma canção, não há ninguém como ela. Ela é a razão que leva as mulheres a querem cantar.”

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