Manuel Alegre defende regresso do serviço militar obrigatório

O histórico socialista diz que “os jovens têm direitos, mas também têm deveres de cidadania” e “cumprir o SMO é um deles”.

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Manuel Alegre junta a sua voz à do PCP em defesa do SMO Rui Gaudêncio

Manuel Alegre, histórico socialista e ex-candidato à Presidência da República defende o regresso do serviço militar obrigatório em Portugal, considerando que “é uma forma de cidadania avançada”.

A reintrodução do serviço militar obrigatório (SMO), extinto em 2004, voltou por estes dias à discussão pública depois de o ministro Defesa, Azeredo Lopes, se ter referido à necessidade de se discutir o tema.

Para já, tal como o PÚBLICO revelou nesta sexta-feira, só o PCP defende de forma clara o regresso da "tropa" obrigatória. Manuel Alegre lembra que, em 1999, foi um dos deputados socialistas que votaram contra o fim do serviço militar obrigatório e, agora, volta a fazer a sua defesa.

“Acho muito interessante e importante que se volte a discutir a reintrodução do serviço militar obrigatório. Eu sou a favor. Sempre fui. É uma forma de cidadania avançada e estou de acordo com o PCP que, mais uma vez, revela sentido de Estado ao defender a sua reintrodução. Parabéns ao PCP”, afirmou Manuel Alegre em declarações ao PÚBLICO.

O fundador do PS diz que “os jovens têm direitos, mas também têm deveres de cidadania” e “cumprir o serviço militar obrigatório é um deles”: “É uma forma de se sentirem ligados ao país. Quando isto não acontece, quando este importante elo não existe, há um declínio na democracia.”

Manuel Alegre diz saber que defender o serviço militar obrigatório “não é popular” e que “vai contra a as juventudes partidárias”, mas acrescenta: “A democracia, a liberdade e o patriotismo exigem que, por vezes, se esteja contra a corrente”.

Mais à direita, quem também nesta sexta-feira veio defender a reintrodução do serviço militar obrigatório foi a Tendência Esperança em Movimento, que diz ser única corrente de opinião formal do CDS. “Somos a favor da reintrodução do serviço militar obrigatório, tal como defendemos na nossa moção global do último congresso do CDS”, disse ao PÚBLICO Abel Matos Santos.

No capítulo sobre Defesa e Segurança do texto "Portugal a Sério", a tendência do CDS defende a "reposição do serviço militar obrigatório, como forma de potenciar o recrutamento, a sustentabilidade e eficácia operacional das Forças Armadas, assim como a formação básica militar, de disciplina, preparação físicas, saúde, reforço da identidade e coesão nacionais e outras valências que enriquecem e promovem a formação dos cidadãos".

Esta notícia foi actualizada às 16h10

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