A baixa vegetariana do Porto está nos caminhos deste mapa

O Veg and Go! é o novo guia pela baixa vegetariana do Porto, lançado pela Aliança Animal. Para agarrar nos postos de turismo e caminhar em direcção à "normalização" do veganismo

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Aliança Animal

Abrir o mapa do Porto e localizar um restaurante com opções veganas já não é a caça ao tesouro de há alguns anos. Um dos caminhos para esta mudança, mais inclusiva, é guiado pelo trabalho da Aliança Animal junto dos responsáveis dos estabelecimentos, a quem dão formação para cozinharem sem alimentos de origem animal, pedindo, em retorno, que incluam estes novos pratos no menu.

As voluntárias “infiltraram-se” nas cozinhas, ao abrigo do programa a que chamaram “E o seu restaurante, já tem?”. Já: a resposta, afirmativa, concretiza-se agora na forma de um mapa que reúne 37 exemplos, tanto de “cozinha tradicional, mas com opções vegetarianas, como de outros que oferecem apenas opções 100% veganas”, descreve, ao P3, a coordenadora da Aliança Animal, Elisa Nair Ferreira.

A lista, em inglês, compreende apenas sugestões entre a Boavista e o Campo 24 de Agosto. Mas está a ser trabalhada uma edição online, “em constante actualização”, para quem quiser abrir horizontes e comer na periferia da baixa portuense. Deverá incluir, para já, 50 sugestões. Mais propostas são recebidas com apetite (podem ser enviadas por email ou pelo Facebook) e serão alvo de verificação.

Os mapas Veg And Go!, distribuídos de forma gratuita nos postos de turismo oficiais da cidade desde sábado, 4 de Agosto, já “estão quase esgotados”. Sem qualquer apoio financeiro, imprimiram “apenas mil exemplares, um número que não satisfaz de todo a procura”. Para o ano, o objectivo é lançar uma nova edição actualizada da “baixa vegetariana do Porto”, já com patrocinadores. 

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Alguns dos 37 exemplos incluídos no mapa Veg and Go! Aliança Animal

O objectivo do guia (e da associação) é "caminhar para a normalização do veganismo". O que não significa "a imposição" de uma dieta vegana (sem peixe, carne, ovos, mel, leite e derivados). Também por isso é que preferem ver a oferta vegetariana em restaurantes tradicionais a aumentar, ao invés de abrirem restaurantes apenas vegetarianos, "onde ainda muita gente se recusa a entrar", defende Elisa Nair Ferreira.

O projecto estava na gaveta desde o encontro de Elisa com Camila Aldrighi, uma designer brasileira que se mudou para o Porto para fazer o mestrado na Faculdade de Belas Artes (FBAUP). Em parceria com a Aliança Animal, Camila desenhou o conceito e o mapa como projecto de mestrado.

Além de restaurantes, entram na lista lojas de produtos biológicos e sugestões dos pratos a não perder. Estas são óbvias: a francesinha e a feijoada, onde não entram nem porco nem vaca.

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