INEM demorou cerca de 30 segundos a atender chamadas nos primeiros sete meses do ano

Tempo de atendimento está em linha com o registado no ano passado, cuja média foi de 36 segundos.

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FERNANDO VELUDO

Entre Janeiro e Julho deste ano o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) demorou cerca de 30 segundos a atender as chamadas que chegaram aos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). Este tempo de atendimento está em linha com o registado no ano passado, cuja média foi de 36 segundos.

O tempo de atendimento é contabilizado desde que a chamada chega ao CODU até ao momento em que é atendida por um operador do INEM. Não está aqui contabilizado o tempo de atendimento do 112, central gerida pela PSP e GNR e que é responsável por encaminhar as chamadas para outras entidades, como o INEM, bombeiros ou polícia, de acordo com as necessidades relatadas.

Em respostas ao PÚBLICO, o INEM explica que o aumento do tempo de atendimento do CODU verificado desde 2017 – em 2016 o tempo médio de atendimento era de 18 segundos e em 2015 era 17 segundos – “não tem reflexo na assistência médica pré-hospitalar, designadamente no tempo de chegada dos meios de emergência médica às vítimas de acidente ou doença súbita”.

O instituto acrescenta que “logo que é recolhida informação que justifique o envio de meios, o que acontece na fase inicial da chamada, estes são imediatamente accionados mesmo que a chamada continue activa para recolha de informação complementar ou aconselhamento por parte do operador”.

Nos primeiros sete meses, a média de chamadas diárias atendidas pelos operadores do CODU situou-se em 3800. Média diária que aumentou para 4600 chamadas entre 1 e 6 de Agosto, por causa da vaga de calor que levou a um acréscimo na procura dos serviços de emergência médica, sobretudo por agravamento de doença crónica. O INEM não refere, contudo, qual o tempo médio de atendimento das chamadas desde o início de Agosto.

Quanto às chamadas desligadas antes de serem atendidas, o INEM refere que são 3%. Lembra que tem um sistema de call-back que permite ligar de volta. Por norma, são casos de chamadas de insistência, situações ocorridas na via pública que motivaram várias chamadas em que um contactante desliga porque outro foi entretanto atendido ou casos que não são emergência e as pessoas procuraram outro tipo de resposta como a linha SNS 24.

O INEM diz que estão assegurados neste momento todos os elementos necessários ao funcionamento dos CODU e que as faltas têm sido “muito diminutas e por motivos imprevistos”. O instituto adianta que “nos próximos dias novos profissionais vão integrar os CODU, dado já terem terminado o período de formação, o que vai aumentar o número de elementos disponíveis”.

Nos últimos dias vários partidos enviaram questões ao Governo sobre os tempos de atendimento do 112 e do INEM, na sequência de várias notícias relacionadas com a falta de recursos humanos na central Sul do 112.

O PÚBLICO também questionou a PSP sobre quantos elementos deve ter cada turno das centrais de atendimento do 112, quantos elementos estavam garantidos até ao final do mês e qual a média de tempo de atendimento das chamadas desde o início do ano e desde o início de Agosto. “A Polícia de Segurança Pública não fará de momento mais comentários relativamente a esta matéria”, respondeu o gabinete de imprensa.

Esta quinta-feira, a Associação Profissionais da Guarda (APG/GNR) denunciou que o serviço do 112 nos distritos do Norte e Centro do país está a viver um "período de caos" por falta de operacionais, o que cria "atrasos". Em declarações à agência Lusa, o presidente César Nogueira disse que "o serviço de 112 do Porto deveria ter 60 operacionais, mas actualmente só conta com 46" e acrescentou que os turnos estão a ser feitos “com seis ou oito pessoas” quando deveriam ter 12 operacionais.

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