População da vila de Monchique “está em segurança”, garante a Protecção Civil

Incêndio que lavra desde sexta-feira rondou a sede do município. Habitantes foram abrigados por precaução na escola do centro da vila. Marcelo está em contacto permanente com o Governo.

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Mais de 900 operacionais continuam no terreno LUSA/FILIPE FARINHA,LUSA/FILIPE FARINHA
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O comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Duarte da Costa, garantiu neste domingo que “a maior parte da vila de Monchique está salvaguardada” e que a população está a ser deslocada para uma escola “no centro da vila, onde estão em segurança”, depois de, ao início da noite, as chamas que lavram no concelho desde sexta-feira terem chegado às portas da sede do município, gerando algum pânico.

Numa conferência de imprensa realizada em Carnaxide às 22h30, na presença do ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, o responsável da ANPC indicou que os 800 operacionais que já estão no terreno (o site da Protecção Civil indica 975, apoiados por 287 veículos) vão ser reforçados por vários outros contingentes de bombeiros, bem como com destacamentos das Forças Armadas e da GNR, com o objectivo de tentar “conter finalmente o incêndio durante a noite”. Têm a favor, acrescentou, o facto de se esperar uma subida da humidade relativa para 50% e uma diminuição da temperatura do ar.

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Duarte Costa informou ainda que a “frente mais activa” do incêndio chegou à bacia da barragem de Odelouca, e que por isso “existem boas condições para que pare aí”. 

Foi cerca das 21h que a GNR começou a pedir aos habitantes de zonas limítrofes da vila de Monchique para abandonarem as suas casas e dirigirem-se para a escola situada no centro da localidade, junto às piscinas municipais. Várias colunas de meios terrestres de combate foram enviadas nessa altura para encosta sudeste da vila para tentar travar as chamas, que avançaram potenciadas por repentinas mudanças de direcção do vento, pelas temperaturas elevadas e pela baixa humidade. Na zona existiam várias casas dispersas, e com o fim do dia os meios aéreos deixaram de poder operar, complicando ainda mais o combate ao fogo. 

A outra das duas frentes de incêndio, que se propagou ao concelho vizinho de Odemira, estará já a ceder aos meios de combate. Durante o dia estiveram 12 meios aéreos a auxiliar no combate, incluindo helicópteros bombardeiros ligeiros, médios e pesados e ainda um avião de coordenação e apoio à decisão. O combate aéreo foi dificultado pelas temperaturas elevadas e pelo fumo, enquanto o combate no terreno enfrenta a falta de acessos, apesar do trabalho das máquinas de rasto. 

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Desde sexta-feira, e antes de o incêndio chegar às portas da vila, a Protecção Civil tinha registado 110 pessoas retiradas de suas casas em 10 localidades do concelho de Monchique e em cinco aldeias no concelho de Odemira.

Marcelo e ministro em contacto permanente

De férias nas zonas fustigadas pelos grandes incêndios do ano passado, o Presidente da República tem estado a acompanhar de perto a evolução dos incêndios no país, em especial na zona de Monchique. No entanto, não pondera deslocar-se ao Algarve, como fez a Pedrógão Grande em 2017.

O PÚBLICO sabe que o Presidente da República tem estado em contacto telefónico permanente com o ministro da Administação Interna e o presidente da Câmara de Monchique, de quem foi obtendo informações no sentido de que o fogo já não ameaçava a vila de Monchique e que se aguardavam que as temperaturas baixassem esta noite, o que permitirá que as viaturas entrem no terreno e iniciem o combate terrestre.

Marcelo Rebelo de Sousa segue, desta forma, a orientação do Governo de não dramatizar a situação aparecendo no local, deixando o palco aos operacionais. Na segunda-feira continua o seu roteiro das praias fluviais da zona centro: vai a Góis, Lousã e Coimbra.

Alerta máximo até à noite de segunda-feira

Este domingo, a Protecção Civil decidiu ainda manter o estado de alerta máximo no nível vermelho, até às 23h59 de segunda-feira, em 13 distritos: Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viseu. 

A página da Protecção Civil na Internet indicava também ao final da tarde que existiam 41 fogos florestais em Portugal, cinco dos quais activos, três em resolução (sem perigo de propagação para além do perímetro já atingido) e 33 em conclusão (extintos mas com pequenos focos de combustão dentro do perímetro do incêndio). Ao todo, mais de 1800 bombeiros estiveram a combater os incêndios em Portugal continental.

Para além de Monchique, gerava alguma preocupação o incêndio de Marvão, distrito de Portalegre, onde o combate estava a ser feito por 148 homens, 38 viaturas e três meios aéreos, noutra situação dificultada por dificuldades de acesso no terreno.

União Europeia pronta a ajudar

O comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, declarou este domingo que Bruxelas está a acompanhar atentamente a situação do incêndio na zona de Monchique, distrito de Faro, e está "pronta para ajudar".

Na rede social Twitter, o comissário indicou também que "Portugal pediu a produção pelo Serviço Copérnico de Gestão de Emergências de mapas satélite dos incêndios que estão a afectar a zona de Monchique".

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