GNR aposta na prevenção, vigia serras e florestas e aconselha populações

Esta manhã, no concelho de Valpaços, os militares espalharam-se pelas aldeias e pelas serras e a palavra de ordem é: "prevenção".

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PEDRO SARMENTO COSTA
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A GNR está a intensificar a vigilância nestes dias de maior calor para prevenir incêndios ou actuar de forma célere em caso de ignições, apostando no aconselhamento directo às populações ou no patrulhamento pela serras e florestas.

O país está em alerta por causa da vaga de calor e o risco de incêndio é elevado. Esta manhã, no concelho de Valpaços, os militares espalharam-se pelas aldeias e pelas serras e a palavra de ordem é: "prevenção".

"A aposta da GNR é a prevenção, o objectivo primário é que não haja ocorrências, não haja ignições", afirmou o capitão Bruno Antunes, comandante do destacamento territorial de Chaves, no distrito de Vila Real.

Valpaços é um concelho que não tem muita mancha florestal, mas onde ocorrem muitas ignições. Por isso mesmo, segundo Bruno Antunes, o "objectivo é prevenir os comportamentos de risco e, caso existam ignições, a vigilância e detecção sejam o mais célere possível para que a primeira intervenção seja célere também".

A atenção redobrada da GNR estende-se a todo o país, estando mobilizados 5200 militares todos os dias a vigiar as zonas de maior risco devido ao calor elevado. "É o que se faz todos os dias, mas, fruto das circunstâncias, agora com especial incidência", salientou o comandante.

No alto da serra de Santa Comba, João Oliveira, do Serviço Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), observa a paisagem com uns binóculos de longo alcance. Pode ver até 50 quilómetros, para os concelhos de Murça, Mirandela, Vila Flor, e não visualiza nenhum foco de incêndio.

O colega de equipa, António Seixas recorre a uma estação meteorológica, um pequeno aparelho que permite medir a velocidade do vento e a humidade relativa, dados que permitem perceber a humidade dos combustíveis e o comportamento dos fogos em caso de ignição.

O miradouro de Santa Comba está a cerca de 900 metros de altitude e esta manhã a temperatura rondava os 31 graus, com 45% de humidade no ar.

Também as equipas do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) estão a fazer vigilância e preparadas para uma primeira intervenção em caso de incêndio.

No posto de vigia de Santa Comba, José Machado tem como missão vigiar a paisagem. Nesta sexta-feira o céu não está limpo, está com uma espécie de neblina que dizem ser das poeiras vindas do Norte de África. "É um dia de má visibilidade, muita neblina e é mais difícil detectar os incêndios", afirmou.

Em São Pedro de Veiga de Lila, Sandra Borges e Vasco Marques, da secção de policiamento de proximidade, abordam os populares que se encontram junto a um café da aldeia e deixam conselhos a propósito da vaga de calor e dos fogos.

"Não devem fumar em zonas florestais, nem sequer fazer fogueiras ou queimadas. Uma vez que estamos neste período mais crítico, devem ter cuidados redobrados", sublinhou Sandra Borges.

Não se podem também lançar foguetes ou balões de mecha acesa e tractores, máquinas e transportes pesados não podem circular sem extintor ou sistema de retenção de faúlhas.

A militar, dirigindo-se aos mais idosos, aconselhou ainda à procura de sombras e ao beber muito água, usar roupas claras e chapéu.

António Santos, agricultor, disse que os conselhos são bem-vindos e que "tudo é pouco para prevenir" até porque, ali ao lado, a serra ardeu toda há uns anos.

"As pessoas estão com receio depois do que aconteceu no ano passado, porque as coisas vão acontecendo e temos que nos prevenir", frisou.

Ao lado, Alcina de Sousa, elogiou também a acção da GNR e garantiu ter muito cuidado com o calor, já que, nas horas de mais exposição solar, se refugia em casa com a ventoinha ligada.

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