PJ detém chefe do SEF de Albufeira por suspeitas de corrupção

Em causa está o alegado recebimento de "luvas" para facilitar processos de autorização de residência a estrangeiros. Caso foi denunciado pelo próprio Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

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Delegação do SEF de Albufeira alvo de buscas esta quinta-feira. Patricia Martins

A Polícia Judiciária deteve esta quinta-feira o chefe da delegação de Albufeira do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por suspeitas de corrupção passiva, tendo realizado buscas naquela repartição e na residência do suspeito.

A notícia foi confirmada pela Judiciária num comunicado, tendo o PÚBLICO apurado que o detido é um inspector-chefe de 56 anos, que se encontra no Estabelecimento Prisional de Faro e será presente esta sexta-feira a um juiz de instrução no Tribunal de Faro. 

Em causa, nesta investigação, está o alegado recebimento, por parte daquele responsável, de "luvas" para facilitar os processos de autorização de residência apresentados por estrangeiros. Os valores recebidos serão da ordem das centenas de euros por processo. O chefe do SEF é o único funcionário da instituição suspeito neste caso. "O detido, chefe da delegação regional de Albufeira do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, desde meados de 2017 recebia presumivelmente quantias monetárias de estrangeiros, para a concessão de autorização de residência em Portugal", adianta a nota da PJ. Os alegados corruptores serão cidadãos de várias nacionalidades, nomeadamente russos, indianos e paquistaneses.

A investigação teve por base uma participação, feita em meados do ano passado, pelo próprio SEF, entidade que, segundo o comunicado, "colaborou estreitamente com a Polícia Judiciária no decorrer de todas as diligências". Na base dessa queixa estiveram, por um lado, denúncias anónimas e, por outro, a detecção de anomalias na tramitação de alguns processos de autorização de residência. O caso é dirigido pela 2ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Faro, que delegou a investigação na PJ de Faro. 

Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa do SEF recusou fazer qualquer comentário ao caso, remetendo para o comunicado divulgado pela PJ. 

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