Dancemos no Neopop

O festival de música electrónica de referência em Portugal regressa ao Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, entre 8 e 11 de Agosto. St. Germain, Jeff Mills, Ricardo Villalobos e Nina Kraviz são alguns dos nomes em destaque.

Foto
Paulo Pimenta

O Neopop, que regressa ao Forte de Santiago da Barra (e não só) em Viana do Castelo entre os dias 8 e 11 de Agosto, é um grande banquete electrónico. Quatro noites que se estendem pela manhã, guiadas por uma sucessão de DJ e produtores de primeiro plano que se movem com liberdade pelos territórios do techno, house e músicas adjacentes.

Desde que tudo começou, em 2005, já passaram por lá alguns dos melhores DJ do mundo e a parada tem subido com cada nova edição. Contudo, nunca se tinha visto lá nada nem ninguém como no ano passado, quando os seminais Kraftwerk subiram ao palco. Foi o concretizar de um sonho antigo da organização, e subiu a fasquia para o Neopop. É importante por isso perguntar: e depois dos Kraftwerk?

“É um desafio maior”, resume Gustavo Pereira, programador e um dos fundadores do festival. “Ainda assim, não é nada de novo para nós. Todos os anos várias pessoas se interrogam sobre o que vamos fazer a seguir, porque estamos constantemente a elevar a fasquia. Tentamos sempre apresentar coisas novas e conceitos diferentes.” Passado um bocado, dá uma resposta mais concreta. “Temos St. Germain, um nome histórico, que perseguíamos há uns anos. Também é um clássico da música de dança e uma referência.”

Claro que esta edição não se fica por aí, até porque St. Germain não tem o impacto mediático nem a relevância dos Kraftwerk – contam-se pelos dedos de uma mão os artistas que se encontram nesse patamar. Nesse sentido, Gustavo destaca também os concertos no Teatro Sá de Miranda, em colaboração com a Red Bull, uma das novidades deste ano. “Temos o Clark [a 10 de Agosto] e o James Holden com a banda The Animal Spirits [no dia seguinte]. E os nacionais GPU Panic e a Surma a fazerem os respectivos warm-ups.”

“De resto, tentamos não nos repetir, surpreender, e cativar o público com figuras que fazem parte da história da música de dança”, continua o programador. “É o resultado de um trabalho contínuo de pesquisa e insistência nalguns nomes, de criar e lançar desafios aos artistas para apresentarem coisas diferentes e novos projectos. Há sempre uma preocupação de não cair no marasmo, equilibrando cabeças de cartaz com novos artistas e novas experiências para o público.”

O alinhamento desta edição é exemplo disso, com regressos aguardados e estreias que merecem a nossa atenção. Olhando para o cartaz, são vários os nomes que se destacam. É o caso dos franceses Ivan Smagghe e St. Germain e do português Rui Vargas, a 8 de Agosto. Ou de Ben Klock, Solomun, Apollonia, Agents of Time, DJ Nobu, Dopplereffekt e Tijana T no dia 9. Jeff Mills e Ricardo Villalobos são incontornáveis, no dia 10, porém convém não esquecer Paula Temple, Rebekah, Cardia, Anna Haleta ou Conforce. Por fim, a 11, há Nina Kraviz, Josh Wink, Marco Carola, Paul Ritch, 400PPM e James Holden & The Spirit Animals, entre outros.

É um cartaz sólido e extenso porque a organização sabe que não pode tomar o público por garantido e tem de se continuar a esforçar de ano para ano. Sobretudo agora que há cada vez mais eventos do género a surgir em Portugal. O que acaba por ser positivo, até para o Neopop. “Este ano vamos crescer a nível internacional e a nível nacional”, assume Gustavo. “Porque em vez de sermos afectados por estes novos eventos acontece o contrário. Se há mais eventos, mais alternativas, também há mais gente a ouvir e a pensar em música electrónica e isso acaba por jogar a nosso favor. É bom para toda a gente.”

Artigo apoiado pelo festival Neopop

Sugerir correcção
Comentar