Hungria vai sair do pacto da ONU para as migrações

"É um perigo para o mundo", diz o ministro dos Negócios Estrangeiros de Budapeste. EUA também se retirou.

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No Verão de 2015, muitos refugiados sírios chegaram à Hungria, tentando alcançar a Alemanha Laszlo Balog/REUTERS

A Hungria vai sair do Pacto Global da ONU para as Migrações ainda antes deste ser formalizado – o que está marcado para 10 e 11 de Dezembro, durante uma conferência em Marrocos. Este pacto “é uma ameaça para o mundo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Budapeste, Peter Szijjarto.

O texto do Pacto Global para uma Migração Regular, Ordeira e Segura foi finalizado a 13 de Julho – mas já sem a participação dos Estados Unidos, que anunciaram a sua saída em Dezembro de 2017, horas antes da realização da primeira cimeira para elaboração deste documento.

A ideia de produzir este pacto surgiu na Assembleia Geral das Nações Unidas do ano passado, e foi então assinada por todos os 193 países da organização.

Se nos EUA houve entretanto uma mudança de governo, a Hungria continua a ser governada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, que se opõe radicalmente à entrada de imigrantes na União Europeia, sobretudo de forem de religião muçulmana – para ele, é uma questão de choque de civilizações.

“Este documento é totalmente contra os interesses de segurança da Hungria”, disse agora o ministro Szijjarto, citado pela Reuters. “Este pacto é uma ameaça para o mundo, pois pode inspirar milhões [de migrantes].”

Juntamente com a Polónia e a República Checa, a Hungria tem resistido à abertura de fronteiras – e por isso tem sido criticada pela Comissão Europeia, mas apesar disso tem conseguido impor a sua visão na UE. O novo Governo austríaco, em que participa a extrema-direita, tem uma posição igualmente restritiva da imigração.

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