Greenpeace assinala progresso na indústria de moda

A organização acaba de publicar o relatório Destination Zero – Seven Years of Detoxing the Clothing Industry, analisando os progressos da indústria da moda e listando as empresas mais amigas do ambiente.

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Instagram, @greenpeace

A Greenpeace lançou esta semana um relatório – Destination Zero: Seven Years of Detoxing the Clothing Industry – que descreve um cenário positivo na evolução das práticas de produção na indústria da moda, em concreto no que toca à eliminação do uso de químicos –, salientando alguns bons exemplos. 

O documento é o resultado de uma campanha lançada há sete anos para combater o uso generalizado de químicos perigosos na produção de roupa, lançados depois nos cursos de água em países como a China, Indonésia e México. A organização colaborou de perto com dezenas de empresas, incentivando-as a trabalhar para uma meta de zero emissões de químicos perigosos em 2020.

Entre a lista de químicos catalogados como prioritários estão, por exemplo, o clorobenzeno, os ftalatos – que tornam o plástico mais maleável – e os metais pesados, tais como o cádmio, chumbo e crómio.

A Adidas, Benetton, H&M, Inditex, Levi's, Nike, Mango, Primark e Lidl são alguns dos grupos e marcas destacadas no relatório por estarem a fazer um bom trabalho. De acordo com a Greenpeace, as empresas estão a fazer uma "gestão rigorosa dos químicos perigosos numa cadeia de fornecimento complexa e global". Em conjunto, estão a demonstrar "o significado e a viabilidade da mudança de paradigma", lê-se no relatório. 

Das 80 empresas que se comprometeram com o desafio da Greenpeace, 72% declara já ter eliminado totalmente o uso de PFC (per e poli fluorocarbonos), um químico que é utilizado para criar uma camada resistente a água, óleos e outras nódoas. Os restantes 28% "estão a fazer um bom progresso".

A investigação da Greenpeace concluiu ainda que no processo de eliminação de químicos as empresas têm identificado alguns usos desnecessários (e, assim, fáceis de cortar) e outros que oferecem um maior desafio na procura de alternativas. Nesses casos, as principais barreiras são o custo, a disponibilidade e robustez das alternativas, a necessidade de uma avaliação séria, a falta de reconhecimento e assistência de reguladores e a própria indústria de químicos, que "ainda não acarreta o fardo da certificação da segurança das suas fórmulas químicas.

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