Trabalhadores da Amazon em greve na Espanha, Alemanha e Polónia

As datas coincidem com o Amazon Prime Day, o dia mais importante para as vendas da plataforma de comércio online.

Os trabalhadores queixam-se do aumento das horas de trabalho e da eliminação de prémios
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Os trabalhadores queixam-se do aumento das horas de trabalho e da eliminação de prémios Reuters/ROBERT GALBRAITH
Os trabalhadores queixam-se do aumento das horas de trabalho e da eliminação de prémios
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No ano passado, no Amazon Prime Day, foram encomendados 34 milhões de produtos, o equivalente a cerca de 398 encomendas por segundo. Reuters/Pascal Rossignol

Trabalhadores da Amazon na Espanha, Alemanha e Polónia estão em greve esta segunda-feira para protestar contra as fracas condições de trabalho em vários armazéns europeus da empresa. Enquanto o boicote dos trabalhadores espanhóis deve durar até quarta-feira, na Polónia, os trabalhadores vão estar nos seus postos de trabalho, mas apenas farão o mínimo necessário por lei para não serem despedidos. 

As datas coincidem com o Amazon Prime Day, dos dias mais importantes para a marca de comércio online que promove a adesão ao seu serviço de subscrição através de descontos especiais com várias marcas ao longo de 36 horas. O ano passado, foram encomendados 34 milhões de produtos, o equivalente a cerca de 398 encomendas por segundo.

Em declarações à agência Reuters, a Amazon ressalva que apenas “uma fracção” dos seus trabalhadores alemães deve aderir à greve e que, por isso, não se espera um impacto na entrega das encomendas feitas no Prime Day. Actualmente, a Alemanha é o segundo maior mercado nacional da Amazon depois dos EUA.

As maiores queixas dos trabalhadores europeus — que esperam influenciar negativamente o sucesso do Amazon Prime Day — são o aumento das horas de trabalho, eliminação de prémios e bónus e falta de protecção em caso de problemas de saúde. “A mensagem é clara — enquanto o gigante online fica rico, está a poupar dinheiro na saúde dos seus trabalhadores”, disse em comunicado Stefanie Nutzenberger, representante do sindicato de trabalhadores alemães Verdi.

As condições nos armazéns da empresa norte-americana têm sido alvo de atenção negativa nos últimos anos, com uma investigação de Novembro de 2017 no jornal britânico Mirror a relevar que as pausas para os trabalhadores irem à casa de banho eram cronometradas, e que muitos adormeciam, de exaustão, durante os turnos. De acordo com os trabalhadores, os problemas são acentuados durante períodos de alta pressão como o Prime Day, em Julho, e a Black Friday, em Novembro.

Num comunicado oficial, a Amazon descreve-se como um empregador “justo e razoável”, notando que, em Espanha, onde os protestos começaram, a empresa gerou 2000 postos de trabalho permanentes no país, e apoia os seus trabalhadores a procurarem formação adicional.

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