Nissan admite ter falsificado resultados de emissões poluentes

Acções do fabricante nipónico caem 4,5% na bolsa de Tóquio. Empresa não revelou quantos carros estão envolvidos na fraude, aludindo apenas a veículos feitos no Japão e para o mercado doméstico.

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REUTERS/Yuriko Nakao/Arquivo

Depois da Alemanha, o Japão. O fabricante nipónico de automóveis Nissan admitiu nesta segunda-feira ter falsificado resultados dos testes de emissões poluentes. A empresa não revelou quantos carros estão envolvidos nesta fraude, que faz lembrar o escândalo conhecido como dieselgate, que pôs em causa a credibilidade da indústria automóvel alemã.

Segundo um comunicado publicado a partir de Yokohama no site da Nissan Motor Corporation, a fraude afectará apenas veículos produzidos no Japão para o mercado doméstico. "Está em curso uma investigação completa e aprofundada, incluindo as causas e o contexto desta má conduta", garante a empresa, depois de revelar que os resultados preliminares de um inquérito foram entregues ao Governo japonês. O fabricante entregou agora a investigação a uma empresa de advogados do Japão, a Nishimura & Asahi.

Em causa está a adulteração dos resultados dos testes a emissões poluentes, mas não só. No mesmo comunicado, a empresa refere que também os testes ao consumo de combustível em ambiente laboratorial foram adulterados. As primeiras suspeitas e denúncias surgiram em 2017, na ressaca do dieselgate, que "sacudiu" a indústria alemã e algumas das marcas germânicas mais relevantes, como a Volkswagen. Nesse ano, a empresa chamou 1,2 milhões de carros às oficinas no Japão. Na Ásia, o Governo da Coreia do Sul proibiu a venda de alguns modelos da Nissan, BMW e Porsche porque as marcas prestaram informação falsa sobre a emissão de gases poluentes.

Os problemas vieram a lume durante verificações voluntárias da Nissan, assegura a empresa, que garante a segurança e respeito pelas normas de todos os modelos, com excepção de um, o GT-R.

"Após a verificação de dados fiáveis, a Nissan confirmou que todos os veículos produzidos, excepto o GT-R, respeitam as normas de segurança no Japão". A empresa não explica, porém, por que razão e em que medida esse modelo GT-R desrespeita as regras e especificações legais.

À hora da publicação desta notícia, as acções da Nissan caíam 4,5% na bolsa de Tóquio, depois de a empresa ter revelado ao mercado estes dados relevantes.

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