Grupo de cidadãos de Odivelas apresenta estudo desfavorável à linha circular do metro

Em causa está a criação de uma linha circular, ligando a estação do Rato ao Cais do Sodré e que obrigará os passageiros da Linha Amarela a fazer transbordo no Campo Grande.

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Margarida Basto

Um grupo de cidadãos de Odivelas apresentou esta sexta-feira um estudo onde alerta que a criação de uma rede circular no metropolitano de Lisboa apresenta "inconvenientes graves para os clientes" e "compromete a mobilidade na cidade de Lisboa.

O estudo foi desenvolvido pelo Senado de Odivelas, um grupo criado no início deste ano, composto por personalidades com ligações ao concelho de Odivelas, oriundas de diferentes áreas sociais e políticas.

Em causa está o plano de desenvolvimento operacional da rede de metropolitano de Lisboa, apresentado há um ano, e que prevê a ligação da estação do Rato (actual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com duas novas estações na Estrela e em Santos.

Contudo, o actual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá, segundo o novo plano, sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde).

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Assim, segundo o novo plano, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes actuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária - Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajecto circular.

No entanto, o estudo realizado pelo Senado de Odivelas, a que a agência Lusa teve acesso, considera que a criação da rede circular no metropolitano de Lisboa vai "apresentar inconvenientes para os utentes e para a operação e manutenção da linha, pondo em causa o equilíbrio da rede e comprometendo o crescimento futuro".

"A sobreposição do actual traçado da linha amarela sobre o da linha verde, completamente circular, criará constrangimentos com horários. Existe o sério risco de a linha amarela pretendida se revelar financeiramente insustentável, pelo regresso ao transporte individual de muitos dos actuais passageiros desta linha", alertam.

Por outro lado, o estudo, que também foi enviado ao primeiro-ministro, António Costa, ao presidente do Metropolitano de Lisboa e à Câmara Municipal de Odivelas, defende uma solução alternativa à que está a ser preconizada pelo Governo.

A solução alternativa que, segundo o Senado de Odivelas, garante "a desejada circulação, sem prejudicar os utentes", seria a integração das estações de Odivelas e de Telheiras (Lisboa) na linha circular.

"Não considerar estas alterações pode vir a pôr em causa o serviço de transporte de e para o centro da cidade, para quem vem da zona Norte. Acresce ainda que a proposta do Senado de Odivelas evita o despesismo já estudado para construir viadutos, túneis e alargamento de estações", sublinha o estudo.

Há um mês, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), tinha dito à Lusa que recebeu a garantia do Governo de que a linha amarela iria ser partilhada com a linha circular, evitando transbordos no Campo Grande.

No entanto, o Senado de Odivelas considera que tal solução não pode ser exequível, sublinhando que, para ser verdade, a estação de Telheiras teria de ser desactivada.

Desde a sua fundação que o Senado de Odivelas, composto por antigos autarcas, professores, técnicos sociais e jornalistas, entre outros, tem vindo a participar na elaboração de estudos sobre várias temáticas sociais.

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