Obama tem certeza de que EUA vão voltar ao Acordo de Paris

O antigo Presidente norte-americano garantiu que o crescimento económico é compatível com o combate das alterações climatéricas, dando como exemplo a sua Administração.

Foto
As declarações ocorreram durante a conferência Climate Change Leadership no Porto Reuters/MARK MAKELA

O ex-Presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira ter "a certeza" de que os EUA vão voltar ao Acordo de Paris e que "mais e mais países vão assumir metas mais arrojadas no futuro" no combate às alterações climáticas.

Obama, que falava durante a conferência Climate Change Leadership Porto, destinada a debater as alterações climáticas, lembrou que durante a sua Administração mostrou ser possível "criar emprego e promover a economia e ao mesmo tempo investir em energia limpa". "Para continuar este programa, teríamos de juntar as mãos com outros países", realçou.

Para o 44.º Presidente dos EUA, que assumiu o combate às alterações climáticas como uma prioridade para os seus mandatos, entre 2009 e 2017, "não importa o que é feito agora, a temperatura vai mesmo aumentar por uns tempos".

"Mesmo que sejam implementadas as regras mais restritas, as emissões já feitas implicam que a temperatura vá continuar a aumentar durante algum tempo", realçou, considerando que "seria importante que as empresas partilhassem um número" e "associassem um preço com as perdas ou com os gastos feitos na adaptação às alterações climáticas".

Perante os perigos das alterações climáticas, Obama assinalou que "a maior parte das vezes já existem respostas para os solucionar" e que a dificuldade na sua implementação passa pelas "instituições" e a forma como as coisas estão organizadas. "Temos de encorajar os cidadãos a pressionar os seus governos, (...) as coisas têm de ser resolvidas a partir das bases", frisou, realçando que "algumas vezes a liderança esquece que o poder vem das pessoas e não se pode impor uma resposta sem que estas sintam resistência".

Barack Obama disse mesmo que "a única forma de as coisas mudarem é as pessoas concordarem que é preciso uma mudança".

Em Junho de 2017, Donald Trump retirou os EUA do acordo de Paris. O actual presidente justificou a medida como uma forma de proteger os cidadãos americanos, alegando que este acordo seria demasiado dispendioso para os cofres do estado. Trump argumentou, ainda, que o acordo climatérico se tratava de uma "redistribuição maciça da riqueza dos EUA por outros países" e que milhões de cidadãos norte-americanos perderiam o seu emprego. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários