Aeroporto de Lisboa vai ganhar duas novas portas de embarque para destinos extra-comunitários

Segundo a ANA - Aeroportos de Portugal, vão ser inauguradas a meio de Julho duas portas de embarque para países fora do espaço Schengen.

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Rui Gaudencio

Ainda em preparação para a época alta que começou em Junho, a ANA - Aeroportos de Portugal garante que vai criar ainda durante este mês duas novas portas de embarque para destinos fora do espaço Schengen, num investimento de 380 mil euros. Esta medida em concreto pode vir a atenuar os tempos de espera para os passageiros que têm de passar no controlo de fronteiras, e que motivam queixas frequentes.

No “Plano de Acção Verão 2018”, fornecido ao PÚBLICO, a ANA afirma que o objectivo desta medida é “aumentar a capacidade de embarque simultâneo para destinos non-Schengen”. Tanto a ANA como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras garantem que estão a ser reforçadas as medidas para que o aumento dos movimentos aeroportuários não cause ainda mais constrangimentos na passagem pelas fronteiras, medidas que passam, entre outras, pela colocação de boxes de controlo de passaporte para chegadas e partidas, promoção da optimização do passaporte electrónico e pela colocação do equipamento num local melhor para a sua utilização por parte dos passageiros. 

Questionada pelo PÚBLICO sobre as fragilidades apresentadas pelo Aeroporto Humberto Delgado, a ANA admite, contudo, que “ainda há espaço de melhoria até chegar aos tempos de espera de controlo de fronteiros recomendados pela IATA como melhores práticas internacionais”. “Há vários anos que esta infra-estrutura precisa de um desenvolvimento maior, que só pode ser obtido através do projecto de aumento da capacidade aeroportuária de região de Lisboa, que se encontra a ser negociado com o Governo”, acrescenta.

Desde o início de Janeiro que têm sido feitas melhorias operacionais e na infra-estrutura para ‘’antecipar os constrangimentos durante o Verão e nos próximos anos ao mesmo tempo que trabalhamos para ser alcançada a solução de longo prazo”, refere a ANA no mesmo documento. 

Do “Plano de Acção Verão 2018”, constam melhorias como a instalação de linhas automáticas no controlo de segurança, a reabilitação de taxiways (a faixa de terreno em que um avião pode mover-se de ou para um terminal ou pista), uma nova área de check-in (inaugurada em Junho) ou a criação de um short-cut para circulação de autocarros de transfer de passageiros que desembarquem longe dos terminais. 

 Pista em aberto

A ANA atribui, porém, responsabilidades também às companhias áreas no acréscimo no número de atrasos e cancelamentos de voos. “Por mais capacidade que seja alocada, se o planeamento de slots não for cumprido devido a um excesso de irregularidade das operações das companhias aéreas não se consegue assegurar uma desconcentração dos fluxos.” A empresa acrescenta que “está a trabalhar com os operadores aéreos para que as entidades em causa consigam reduzir o nível de atrasos que tem sido verificado.”

Há ainda uma promessa que fica feita embora sem prazo definido: maior capacidade do aeroporto “assim que for definitivamente encerrada a pista 17/35”, para instalar um ‘hub’ (plataforma giratória de voos) e aumentar a capacidade de parqueamento de aviões, mas para isso precisa de uma autorização oficial. A Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA), no entanto, já demonstrou a sua preocupação quanto a esta obra. Em causa está o facto de a pista 17/35 ser a mais indicada para aterrar, por razões de segurança, “entre três e quatro meses do ano”, conforme explicou à agência Lusa o presidente da APPLA, Miguel Silveira. 

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