Suspeitas de corrupção levam PJ a fazer buscas na Câmara de Barcelos

Casa do presidente da autarquia e da vice-presidente também foram visitadas por inspectores. Em causa está alegado favorecimento de empresário na contratação de serviços de segurança.

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Buscas na Câmara de Barcelos foram realizadas pela Polícia Judiciária. fau fabio augusto

Suspeitas de corrupção levaram esta quarta-feira a Polícia Judiciária (PJ) a fazer buscas na Câmara de Barcelos, tendo os inspectores visitado igualmente a casa do presidente da autarquia, Miguel Gomes, e da vice-presidente, Maria Armandina Saleiro.

Em causa, apurou o PÚBLICO, está o alegado favorecimento de um empresário na contratação de serviços de segurança e portaria prestados quer à câmara municipal quer a empresas ligadas ao município. 

A PJ acredita que responsáveis do município terão recebido contrapartidas para beneficiar o empresário. O valor dos contratos ao longo de vários anos atingirá as centenas de milhares de euros. Para contornar a necessidade de realizar concursos públicos, a contratação dos serviços seria fraccionada de forma a permitir o recurso ao ajuste directo. Para não se tornar evidente que os contratos beneficiavam sempre a mesma pessoa, eram usados outros nomes na formalização das prestações de serviços, que habitualmente eram assinadas pelo presidente da autarquia e pela sua vice-presidente.

Foi a Câmara de Barcelos que, através de um comunicado, informou esta quarta-feira que tinha sido alvo de buscas. Na nota, sublinhava-se que a investigação, dirigida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Braga, resultava de uma denúncia anónima. Acrescentava-se que a autarquia "manifestou total disponibilidade e colaboração com as autoridades competentes, tendo facultado o acesso a toda a informação e documentação solicitada".

"O executivo municipal aguarda com toda a tranquilidade o desenrolar da investigação", referia ainda a nota, que não avançava qualquer informação sobre o conteúdo da investigação. Confrontado pelo PÚBLICO sobre o teor das suspeitas em causa, o assessor do município, João Faria, remeteu para o comunicado já emitido, recusando, para já, fazer mais qualquer comentário. Com Lusa

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